Uma pesquisa realizada pela Comissão OAB Vai à Escola apontou um dado preocupantes na Grande Florianópolis: 82% dos alunos de escolas públicas convive com bullying e que já foi ou ainda é vítima da agressão.
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As entrevistas foram feitas com 680 estudantes de oito instituições dos quatro maiores municípios da Região Metropolitana, por meio de um questionário aplicado durante palestras que a comissão fazia nas instituições ao longo do primeiro semestre. Além dos alunos, outros 97 professores de seis escolas também foram ouvidos.
Além do bullying, a pesquisa também apontou outra problemática: 89% dos professores afirmam que poucos pais são presentes na escola e 51% avisam que o poder público não costuma atender aos pedidos da escola – o que os leva a solicitar providências do Conselho Tutelar (68%), Polícia Militar (55%), Ministério Público (34%), Guarda Municipal (21%) e Vara da Infância e Juventude (13%).
Com os resultados em mãos, a OAB resolveu criar o Prêmio Escola Exemplo 2014, que incentva a realização de projetos para melhorar as condições de ensino na rede pública municipal e estadual. A iniciativa pretende reconhecer as ações que deram certo dentro do âmbito escolar.
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– Conseguimos identificar muitas problemáticas durante as atividades com as escolas. Mas ainda há muito a ser investigado – explica a presidente da comissão, Ana Paula Travisani.
A discussão de cidadania com os alunos também mereceu atenção dos professores, assim como a necessidade de capacitar de forma contínua os educadores sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, Constituição Federal ou Lei de Diretrizes e Bases.
:: A pesquisa:
Dos 82% dos alunos convivem com bullying:
– em 52% dos casos a atitude é tomada pelos colegas
– 24% na comunidade
– 21% na família
– 11% pelos professores
Os principais motivadores da agressão foram:
– 41% físicos
– 30% sexuais
– 13% culturais
– 11% religiosos
– 8% familiares e intelectuais
– 5% econômicos e étnicos
Quanto ao trabalho preventivo no ambiente escolar:
– 74% dos alunos afirmaram já ter realizado atividades sobre como lidar com as situações de bullying
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– 62% diz que a escola promove o respeito à diversidade sexual
– 60% afirma que há ações que promovem o respeito mútuo e solidariedade entre colegas e professores
– 44% inclusão escolar
– 41% mediação de conflitos
Sobre os professores:
– 89% afirmam que poucos pais são presentes na escola
– 79% diz que os alunos são pouco participativos
– 51% avisa que o poder público não costuma atender aos pedidos da escola
As principais vulnerabilidades detectadas são:
– 62% a situação familiar de violência doméstica e o uso de drogas pelos pais
– 45% são problemas de alunos
Sobre as providências que tomam, os professores consultados informaram que procuram:
– 68% o Conselho Tutelar
– 55% a Polícia Militar
– 34% o Ministério Público
– 21% a Guarda Municipal
– 13% Vara da Infância e Juventude
As principais necessidades da escola para que possa atender melhor os estudantes:
– 85% apontam a falta de valorização, reconhecimento e de incentivo aos educadores
– 79% indicam a falta de uma política pública em prol do aluno
– 70% falam sobre a necessidade de aumentar o quadro de funcionários e o número de salas de aula
– 62% querem a reforma da estrutura física