Pesquisa aponta polarização total na eleição para presidente

A menos de 20 dias das eleições, a campanha mais tensa dos ultimas tempos está afunilando para dois candidatos que representam a polarização total da política brasileira. Representando um campo de extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL) lidera a mais recente pesquisa Ibope, com 28%.

À esquerda, a novidade fica por conta da capacidade de transferência de votos de Lula para o seu avatar, Fernando Haddad (PT), que passa para o segundo lugar, com 19%. Haddad assumiu a cabeça de chapa há apenas uma semana, apresentado como o escolhido do ex-presidente que, preso e condenado, não pode concorrer. A herança de Lula turbinou o desempenho do ex-prefeito de São Paulo. Tanto que ele já vislumbra enfrentar Bolsonaro no segundo turno e, por isso, amenizou o discurso.

Dentro da lógica dos votos nos extremos, Ciro Gomes (PDT) caiu para o terceiro lugar e Marina Silva (Rede) despencou. Chama a atenção, o desempenho linear de Geraldo Alckmin (PSDB). Com mais tempo de TV e ampla aliança, ele não conseguiu decolar. No fundo o lugar do antipetista já está ocupado por Bolsonaro.

Há três anos, o capitão e o ex-presidente estão em campanha. São eles que lideram a fotografia da corrida eleitoral. E o segundo turno? De acordo com o Ibope, será mais tenso ainda, com empates nas principais simulações.

 Haddad paz e amor

Diante do crescimento nas pesquisas e na possibilidade real de conseguir passar para o segundo turno, o candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, resolveu passar para a fase "paz e amor".

Na tentativa de angariar apoios, ele vai deixando o discurso radical de lado e faz acenos não só a adversários, como também ao empresariado. Em entrevista à Rádio CBN na manhã da última terça (18), por exemplo, ele afirmou que, se eleito, não vai conceder indulto a Lula. Governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Fernando Pimentel comentou que, se eleito, Haddad garantiria o indulto ao ex-presidente. Haddad disse que não falou com o colega de partido sobre isso. Ele também tem evitado críticas ao candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes.

Haddad faz questão de lembrar, inclusive, que os dois chegaram a conversar, no início do ano sobre a possibilidade de integrar a mesma chapa. Nessa onda, o candidato do PT também tem sinalizado o interesse de se aproximar de empresários. A estratégia do discurso conciliador, para afastar a rejeição de determinados grupos, foi adotada por Lula na campanha de 2002, quando ele se apresentou como o "Lulinha paz e amor".

Agora, no entanto, Haddad terá dificuldade em resgatar esse papel porque muitos candidatos petistas voltaram ao discurso radical na tentativa de assegurar o apoio da militância e a reeleição. 

 Cobrança  

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja expedido o mandado de prisão do deputado João Rodrigues (PSD). O ministro Luís Roberto Barroso determinou que ele deve voltar para o semiaberto no dia 6 de setembro.  

 Vitória

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) conseguiu uma vitória ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) em processo, que se arrastava há mais de dez anos, ao ser absolvido do crime de peculato, que é a apropriação de dinheiro público. Os ministros entenderem que não há provas contra o parlamentar. A ação foi aberta a partir do caso Mônica Veloso, quando Renan foi acusado de receber propina de uma empreiteira para pagar a pensão de uma filha que teve com a jornalista. No decorrer da investigação, surgiram indícios de que Renan teria desviado recursos públicos da verba indenizatória do Senado.  

 Frase 

“As pessoas são livres para expressar a própria opinião. Mas, quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade".  – Rosa Weber

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao afirmar que as urnas são absolutamente confiáveis. No fim de semana, o candidato Jair Bolsonaro lançou dúvidas sobre a possibilidade de fraudes nas urnas.

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