A queda do peso argentino, que vale cerca de R$ 0,40, aliada ao reajuste da gasolina ocorrido no Brasil, tem provocado filas na Aduana de Turismo de Dionísio Cerqueira, na fronteira entre SC e a cidade de Bernardo de Irigoyen, na Argentina.
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Nos finais de semana são entre 1,5 mil e 2 mil carros de brasileiros que atravessam a fronteira para abastecer nos postos do país vizinho e fazer compras. Em alguns momentos as filas chegam a ter três quadras.
– O movimento cresceu entre 20 a 30% – estima o inspetor chefe da Receita Federal em Dionísio Cerqueira, Arnaldo Borteze.
O vendedor Sandro Mesnerovicz, de Pato Branco (PR), fez 150 quilômetros para comprar produtos de higiene e limpeza, ovos de Páscoa e bebidas. Ele comparou que, em Pato Branco, ele paga até R$ 15 por um quilo de sabão em pó. Na Argentina, comprou cinco quilos por R$ 16. Ele esteve no país vizinho há três meses e acredita que os preços cairam 20%.
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Outro vendedor, Lidenor Golfetto, de São Miguel do Oeste, informou que os desodorantes estão por menos da metade do preço no país vizinho. Por isso ele fez 70 quilômetros com a família para fazer compras.
– Isso é reflexo da nossa alta carga tributária – reclamou o consultor Lodacir Scartezini, que foi de Xaxim para a Argentina com a irmã Clair Lunardi e o cunhado, Alvino Lunardi, em busca de produtos mais baratos.
Com a calculadora na mão, ele fazia a conversão dos preços e explicava que uma garrafa de meio litro de azeite, que custa R$ 14 no Brasil, saía por R$ 11,70 na Argentina.
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Alguns procuram abastecer no país vizinho, onde a gasolina comum custa R$ 1,97 e, a aditivada, R$ 2,40. Paulo César Rios, da Capital, e José Crispin, de Chapecó, foram aproveitar o preço. Eles gastaram R$ 70 para colocar 29 litros no tanque. Em Chapecó, com a gasolina aditivada a R$ 3,10 em alguns postos, gastariam R$ 90.
Mas é preciso tomar alguns cuidados. O jornalista Lauri Vedana, de Pato Branco, não recomenda abastecer no país vizinho pois há diferença na composição da gasolina. Para ele o que vale é o vinho. Uma garrafa de Angélica Zapata, que custa R$ 120 no Brasil, sai por R$ 47 na Argentina.
O inspetor-chefe da Receita alerta que há limites de compra na Argentina: US$ 300 (cerca de R$ 600). Mas há também limitação de unidades. Para bebidas, ela é de 12 garrafas. Para produtos que custam menos de R$ 5, o limite é de 20 unidades.
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