Pescadores de Barra Velha, no Litoral Norte de Santa Catarina, reclamam do assoreamento da barrinha do rio Itajuba. Por causa do acúmulo de areia e outros materiais, os barcos não conseguem sair do molhe, atrapalhando o trabalho de cerca de 100 famílias que dependem da atividade no local. Segundo os moradores, o problema acontece quase todos os anos.
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— Desta vez, começou a assorear a barrinha já faz um mês, só que há uma semana que trancou totalmente e não passa nenhuma embarcação — explica a pescadora Juliana Machado.
Ainda de acordo com ela, os pescadores entraram em contato com a Prefeitura para solicitar a dragagem assim que observaram o canal se fechando. A intenção era evitar o assoreamento. Com a barrinha do rio parcialmente fechada, os pescadores não conseguem chegar ao mar, já que muitas embarcações possuem a largura maior do que a atual capacidade do canal.
O molhe foi aberto há cerca de três anos. Segundo Juliana, desde então, o problema se repete todos os anos quando a maré sobe. No período do assoreamento, as famílias ficam sem trabalhar e, consequentemente, sem receber o salário. O pescador José João Pereira mora na região desde que nasceu. Conforme ele, a única renda das famílias da região é a pesca e permanecer muito tempo parado é sinônimo de prejuízo.
— O prejuízo aqui para nós é muito grande. Você imagina aqui muitas famílias durante um mês sem ganhar nenhum real? Nós chamamos a Prefeitura e eles não tomam nenhuma atitude — reclama o pescador Fernando Ribeiro.
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Pela barrinha do rio Itajubá passam embarcações de pesca de camarão e peixe. Em condições normais, os barcos de até cinco metros de largura e dez de comprimento conseguem navegar pelo local. Em nota, a Prefeitura de Barra Velha afirmou que o prefeito da cidade, Valter Zimmermann esteve na barrinha na manhã desta quinta-feira (26), para buscar soluções para o problema de acúmulo de areia, o que impossibilita a saída de barcos.
Segundo o governo municipal, a draga que está na barra do rio Itapocu foi transportada para a barrinha ainda nesta quinta e, caso as condições da maré estejam favoráveis, os trabalhos de desassoreamento no canal devem começar nesta sexta-feira.