Pescadores garantem mais de 4 toneladas de tainha em Naufragados, na Capital

Os cerca de 20 homens à beira do mar na praia de Naufragados, no Sul da Ilha de Santa Catarina, conseguiram pescar mais de 4 toneladas de peixe – exatas 2622 tainhas – e abriram a temporada que, segundo o pescador Flávio Martins, promete ser “safra farta” para o Estado em 2013.

Flávio Martins pesca há mais de 50 anos e diz que “não tinha nem 15” quando começou a ir para o mar. Hoje, aos 62 anos, fez mais uma pescaria com rede artesanal, modalidade que permite a tarrafa ser lançada da areia.

– Faz uns 5 anos que não começamos tão bem. Acho que vamos ter um ano bom – apostou o pescador depois do primeiro dia de fartura.

A partir de agora, Martins deve acordar todos os dias às 5h para estar na praia cedo. Ele lembra que a temporada acaba no dia 30 de julho, mas que depois começa a época da curvina. É quando o pescador tira o barco “Rafael”, uma homenagem ao filho, e entra no mar depois de passar mais de dois meses trabalhando com os pés na areia.

Apesar do otimismo, um grupo de pesquisadores da Univali, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), do Instituto da Pesca de Santos e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – responsáveis pelo Projeto Tainha – apurou que a natureza não está conseguindo repor a quantidade do peixe retirada do mar pela pesca. Por isso, a previsão é de menos peixes para este ano.

Que peixe é esse?

A tainha vive nas águas na Lagoa dos Patos e do Rio da Prata, entre o Uruguai e a Argentina, e só sai desse ambiente para reproduzir-se. E esse processo tem início quando a temperatura começa a cair. É como se isso fosse um gatilho, que as dispara em direção às águas quentes do Norte para desovar.

É no trajeto, ao passar pelo litoral catarinense, que são capturadas. Cerca de 60% das tainhas pescadas no litoral brasileiro são capturadas no litoral catarinense.

Conforme a pesquisa, especialistas descobriram que a tainha desova principalmente entre as regiões de Itajaí a Paranaguá (PR), onde encontram condições ambientais ideiais para reproduzir. porém, os pesquisadores não tem ideia até onde os peixes vão. Eles descofiam que seja até a região norte do estado de São Paulo.