A centenária canoa a remo Glória foi para a água antes de o sol aparecer atrás da Ilha do Campeche, em Florianópolis. A rede de arrasto de 600 metros começa a ser jogada pelos pescadores do barracão do seu Getúlio Aparício Inácio e rapidamente os peixes são cercados. Com a canoa na praia, começa a chegar a comunidade para ajudar na retirada da rede. Turistas e quem passeava pela praia no começo da manhã deste sábado param para observar a movimentação – ou, como os homens do mar chamam, o “saragaço”.

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– Estamos fazendo um cerco de arrasto de praia. A particularidade disso é ser social comunitária, ou seja, a comunidade participa – explica Getúlio.

A ponta da rede chega na praia por volta da 8h10min e a felicidade começa a tomar conta dos pescadores, moradores e turistas que puxam a rede que, naquele momento, vai ficando mais pesada.

– É uma forma de manter viva a nossa cultura na comunidade. O povo tem seu espaço. É bonito de ver turistas e moradores puxando a rede. Garantimos o peixe na casa das pessoas – diz Getúlio.

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Na rede, aproximadamente 1,2 tonelada de sardinha e manezinho. Com os peixes na areia, começa a partilha. Muitas pessoas paravam para registrar o cerco. Quem ajudou a puxar a rede neste momento com certeza deve estar se deliciando com um peixinho fresco para o almoço.