Neste ano, a pesca industrial da tainha está proibida em todo Sul e Sudeste do Brasil. Isso significa que o trabalho feito pelas empresas de Itajaí e região está suspenso. A decisão, inédita até então, foi divulgada em uma portaria publicada na quarta-feira (1º) pelos Ministérios da Pesca e Meio Ambiente, que busca tornar a atividade mais sustentável. O Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) questiona a regra.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Itajaí e região por WhatsApp

Segundo o governo federal, apenas a pesca artesanal está autorizada, e a safra no litoral do Sul e Sudeste não pode ultrapassar as 460 toneladas da espécie. O Ministério do Meio Ambiente explicou que o limite definido segue critérios científicos e considera a quantidade estimada de peixes a partir de estatísticas de pesca apresentadas pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

O número da safra permitida para 2023 é 68% menor do que ano passado. O objetivo, acrescentou ainda o órgão federal, é garantir a sustentabilidade da pesca da tainha. No ano passado, a captura artesanal feita no Rio Grande do Sul ultrapassou a média em mais de quatro vezes, chegando a 4,5 mil toneladas. Com o risco à espécie, a intenção, agora, é trazer equilíbrio à prática.

Como é feita a tainha escalada

Continua depois da publicidade

O presidente do Sindipi, Agnaldo dos Santos, diz que a principal crítica é sobre o motivo da proibição.

— Esse suposto aumento do que teria sido pescado sem controle resultou na proibição da frota industrial e redução da cota para a artesanal. A gente quer saber porque apareceu esse número exorbitante. Então que haja fiscalização [no RS] — disparou o presidente.

A instituição conta que foi responsável pela pesca de pouco mais de 10% do total de tainha capturada no Brasil em 2022, quando foi autorizada a safra de 1,4 mil toneladas, distribuídas em 480 toneladas para a modalidade industrial e o restante para a atividade artesanal.

Reportagem especial: Pescadores resistem à falta de investimento para manter viva a tradição da pesca da tainha em SC

Continua depois da publicidade

Cada embarcação industrial tem uma cota individual de, no máximo, 50 toneladas. Em 2022, sete barcos capturaram 319 toneladas de tainha de forma industrial, enquanto a pesca artesanal de outras modalidades estimou 4,5 mil toneladas, ainda conforme o Sindipi.

— Nosso trabalho representa 10% do total capturado, a indústria conta com esse pescado, a exportação, o consumidor… Sentimos muito por ficar de fora — lamentou.

A captura permitida neste ano é pela modalidade artesanal de emalhe anilhado, que é quando a rede tem uma trama fechada e é alçada por um guincho mecânico. A pesca da tainha começa em 15 de maio e segue até 31 de julho.