Só na Ilha de Santa Catarina há cerca de 20 opções de praias para o surfe. Em todo o Estado, o número supera 120. Mas durante a temporada da tainha, que começa a partir de 1° de maio e vai até julho, alguns destes locais ficam fechados para a prática do esporte, e os surfistas buscam opções para não ficarem distante das ondas.

Continua depois da publicidade

As restrições em Florianópolis valem de 1° de maio a 10 de julho e permitem o surfe na Armação, Lagoinha do Leste e Matadeiro, desde que os praticantes fiquem até 500 metros do canto esquerdo das praias. Mole e Joaquina ficam totalmente abertas para a prática do esporte. Desde 1995 uma lei municipal estabeleceu seis pontos que podem ser usados pelos surfistas. O principal motivo de a restrição existir é porque os peixes se dispersam com a movimentação na água. Além disso, há o risco de um surfista se enroscar em uma rede de pesca.

No Moçambique a limitação é de até 500 metros à direita da entrada principal, enquanto no Morro das Pedras é permitido pegar ondas em até 500 metros do canto direito. A mesma distância é estabelecida para a praia Brava, porém, no canto esquerdo.

— Eu moro no Santinho, mas na época da tainha acabo indo para o Moçambique ou para a Brava. Dependendo da condição. Porque aqui não dá para entrar — diz Gustavo Loureiro, 40 anos, corretor de imóveis.

Outras regiões do Estado

Há 14 anos a região Sul do Estado realiza um encontro entre os proprietários de canoas artesanais do município de Garopaba e os representantes das associações de surfe, que reúne mais de 100 pessoas. A deste ano ocorreu em 26 de abril.

Continua depois da publicidade

— Foi uma maneira que o poder público criou para poder mediar o conflito (entre pescadores e surfistas). E o acordo é bem respeitado por todos — esclarece Edevaldo Gonçalves da Silva Junior, secretário de Agricultura e Pesca de Garopaba.

A determinação vale de 1° de maio até 30 de julho e proíbe o esporte em alguns locais, enquanto em outros, é permito entrar no mar mediante um sistema de sinalização por meio de bandeiras que são oferecidas pelo município.

Quando o tecido vermelho está hasteado no Rosa Sul, Silveira e Ouvidor significa que o surfe tem que esperar. Mas se ele estiver baixo, a sessão está liberada. Já no Rosa Norte e na Ferrugem, o esporte é liberado em um raio de 250 metros do canto norte.

As condições das determinações foram aceitas por ambas as partes. Na região Norte de Santa Catarina, todas as praias ficam abertas.

Continua depois da publicidade

— Há cerca de 10 anos, elas eram fechadas. Mas aí houve um consenso com os pescadores, porque aqui não puxam arrasto, aquela rede para fora da “quebrança”. E antigamente eles botavam rede palanqueada, que não pode mais. Então há um acordo com os pescadores. Claro que quanto tem peixe e eles forem cercar, eles avisam e ninguém entra na água. Mas as praias não fecham — explica Maikil “Balu” Schroeder, técnico da equipe Federação Catarinense de Surf (Fecasurf).

Segundo ele, esse consenso gera harmonia entre os pescadores e surfistas da região.

Piscina de ondas

Outra opção deve estar disponível a partir de 2023 em Garopaba. Cidade onde ficará a primeira piscina de ondas da América Latina. A estrutura será construída dentro de um parque e condomínio residencial compartilhado.

Os proprietários terão prioridade nas sessões e, conforme a disponibilidade, o público externo também poderá pegar ondas na estrutura. Mesmo sendo mais uma possibilidade para quem não quer ficar sem dropar durante o período de pesca da tainha, as opiniões de praticantes do esporte sobre pegar onda em água doce e com uma formação de mais precisão, estão divididas.

— A gente etá falando de toda uma cidade que vai se readaptar para receber (a piscina), a gente está falando do país inteiro, pois quantas dessas existem no mundo? — resume a surfista Cristina Vaz Grando.

Continua depois da publicidade

Confira outras opiniões no vídeo: