A poucos dias para ser finalizada de forma oficial, os números da temporada da tainha em Santa Catarina, este ano, devem ficar abaixo dos registrados nas últimas safras. Os dados não estão fechados ainda, no entanto, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, os municípios não devem mais registrar grandes pescas, o que deve manter os números já contabilizados.
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Apesar de a temporada terminar oficialmente no dia 31 de julho, as capturas começaram a enfraquecer cerca de um mês e meio antes do previsto, este ano, e já em meados de junho, o número de pescados diminui drasticamente, segundo a pasta.
O arrasto de praia pescou nesta safra cerca de 460 toneladas em toda Santa Catarina. O número até agora é quase 30% menor do que o registrado em 2021, quando o total pescado foi de 641 toneladas. Em 2020, o Estado teve o maior volume de pesca dos últimos três anos, ao registrar 688 toneladas.
O Emalhe Anilhado também ficou abaixo do último ano ao pescar 63 toneladas a menos do que em 2021. Esta temporada, 838 toneladas de pescados foram contabilizadas – em 2021, esse número foi de 901 toneladas.
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A modalidade de cerco não seguiu o mesmo padrão e teve a maior captura dos últimos anos. Em 2022, cerca de 319 toneladas foram pescadas, até o momento, quase 10% a mais do que o último ano, quando 289 toneladas foram registradas.
Segundo o gerente de Pesca e Aquicultura do Estado, Sérgio Winkler, a pasta não formaliza uma expectativa da temporada, porque as capturas dependem das condições climáticas. Mesmo assim, a situação da safra este ano não é considerada boa.
— Não tem como prever valores. Os pescadores sempre esperam pescar bastante e, este ano, a safra acabou cedo, meados de junho às capturas já estavam fracas, geralmente vai até meados de julho — diz.
Para que uma temporada seja boa é preciso que haja um ritual climático “perfeito”, conforme explica o presidente da Fepesc, Ivo Silva. O cardume, que saí do Sul do Brasil, deve chegar no Litoral Catarinense e, depois, encostar na praia com a ajuda do vento, que precisa mudar de direção para que os peixes sigam no Litoral.
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— Está abaixo do ano passado. Não foi uma safra ruim, mas também não foi boa. A safra é uma incógnita, mas tem ano que é melhor e tem ano que é pior, essa safra foi razoável devido às consequências que tivemos — afirma o presidente.
Na Capital, apesar de a temporada ser finalizada oficialmente nos próximos dias, as redes já estão sendo recolhidas da praia. Segundo o que contou Ivanir Faustino, administrador de um rancho do bairro Campeche, a NSC TV, grande parte dos peixes não chegaram até a costa este ano.
— Por conta do ciclone que teve bem no início da temporada, então esse peixe abriu e não ficou na costa. Tanto que os primeiros lances de tainha aconteceram em Bombinhas, porque aqui no nosso Litoral, o peixe só chegou no início de junho, basicamente — afirma.
Em Florianópolis, as 21 praias que participam da safra capturaram um total de 144.727 peixes, segundo a prefeitura. O local que mais registrou pescados, até o momento, foi a Lagoinha do Norte, com 28.765.
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A temporada da tainha começa oficialmente no dia 1º de maio em Santa Catarina e possui 90 dias de duração. A pesca, durante os três meses, é marcada por uma rotina cansativa do início da manhã ao fim do dia.
Agora, os pescadores já se preparam para a temporada da anchova, que começa após o fim da safra da tainha. A chegada da espécie no Litoral é indicativo do fim da temporada da tainha. Segundo o pescador, a anchova já está aparecendo.
— A gente fala que quando começa a anchova termina a safra da tainha, e ela já está por aqui — afirma.
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