O candidato de centro-direita Pedro Pablo Kuczynski mantinha pequena vantagem sobre Keiko Fujimori, após a apuração de 99,3% dos votos no segundo turno da eleição presidencial no Peru.
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O integrante do partido Peruanos por el Kambio (PPK) permanecia com 50,15%, contra 49,85% da aspirante do Fuerza Popular (FP), segundo os resultados mais recentes divulgados pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE).
O boletim da ONPE aponta uma vantagem para Kuczynski de pouco mais de 50 mil votos. A equipe do candidato assegura, com base em cálculos próprios, que ele será o próximo presidente do Peru entre 2016 e 2021.
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— Nos sentimos confiantes, porque a análise estatística que obtemos, a partir dos resultados que faltam do ONPE, nos dão um resultado de triunfo — afirmou o candidato à vice-presidência pelo PPK, Martín Vizcarra.
— Faltam processar os votos de Loreto e Cuzco, que são favoráveis a PPK, e dos eleitores do estrangeiro, que também votam nele. Temos confiança de que haverá uma diferença de 50 mil votos ou mais, mas esperamos, por respeito, o resultado oficial — emendou.
Kuczynski, 77 anos, confirmou que se pronunciará apenas após a divulgação dos resultados finais. Keiko, 41 anos, não falou com a imprensa, mas fontes de seu partido demonstravam otimismo com o voto rural, setores em que a candidata tem forte apoio. No entanto, o congressista da FP Héctor Becerril pareceu admitir a derrota ao afirmar que “o sonho do fujimorismo não acabou, simplesmente foi adiado”.
Esta é a eleição mais disputada dos últimos 25 anos no Peru. O analista eleitoral Julio César Castiglioni relatou que o voto rural, esperança dos fujimoristas, já foi contado em quase 100% e destacou que os do Exterior não devem modificar o resultado.
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O chefe do ONPE, Mariano Cucho, pediu cautela à espera dos resultados, que serão conhecidos em sua totalidade em, pelo menos, dois dias. Ainda faltam chegar os resultados da selva central do Peru, onde problemas climáticos impediram a partida dos voos, explicou Cucho. Também devem chegar entre quarta e quinta-feira os votos feitos no Exterior.
Ex-banqueiro de Wall Street e ex-ministro da Economia, Kuczynski começou a ganhar terreno na reta final da disputa, estimulado pelo bom desempenho no último debate presidencial, pelo apoio da maioria dos candidatos derrotados no primeiro turno — incluindo a popular candidata de esquerda Verónika Mendoza — e por um protesto organizado por grupos civis contra a candidatura de Fujimori.
Já para a filha do autocrata Alberto Fujimori, que governou o Peru de 1990 a 2000, esta é a segunda disputa pela presidência. Ela pode amargar a segunda derrota, apesar de ter sido considerada favorita durante quase toda a campanha. Em 2011, perdeu para o presidente Ollanta Humala. Na votação passada, Kuczynski, por sua vez, ficou em terceiro lugar.
O fujimorismo luta para voltar ao poder 16 anos depois de Alberto Fujimori ter fugido para o Japão e renunciado à presidência por fax, pondo fim a um governo repressor e corrupto (1990-2000).
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