O Ministério Público do Peru congelou as contas da empreiteira brasileira Camargo Correa, suspeita do pagamento de propina para obter obras públicas em países latino-americanos, no âmbito das investigações da operação “Lava Jato”.

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“Em coordenação com a UIF (Unidade de Inteligência Financeira), o Ministério Público congela as contas da empresa Camargo Correa no Peru”, informou, na noite de terça-feira, o MP em sua conta do Twitter.

A decisão também congela contas das firmas vinculadas ao empresário peruano Gonzalo Monteverde, suspeito de ajudar as empresas brasileiras – entre elas a Odebrecht – com o pagamento de subornos no Peru, segundo o Ministério Público.

O próprio MP peruano revelou que a Camargo Correa depositou cerca de 90.000 dólares na conta do empresário israelense Joseph Maiman, amigo do presidente Alejandro Toledo (2001-2006).

Durante o governo de Toledo, a Camargo Correa participou na construção do quarto trecho da rodovia interoceânica, que une Peru e Brasil.

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A Procuradoria do Peru afirma que a quantia paga pela empreiteira ultrapassa os 6 milhões de dólares. O dinheiro teria sido utilizado na compra de imóveis do ex-presidente.

Toledo, amplamente investigado, negou em repetidas ocasiões que tenha sido beneficiado pelos pagamentos, mas sua versão sobre a origem do dinheiro mudou várias vezes.

Em um momento, assegurou que o dinheiro vinha de recursos de sua sogra, a belga Eva Fernenbug, procedentes de uma indenização como sobrevivente do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.

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