O Peru elege neste domingo seu novo presidente, com Keiko Fujimori como favorita para se tornar a primeira mulher governante do país, 16 anos depois que seu pai deixou o poder sendo condenado por crimes de corrupção e crimes contra a humanidade.

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Seu rival é Pedro Pablo Kuczynski, um especialista em economia, ex-ministro e ex-banqueiro de Wall Street, que espera surpreender. Aqui estão alguns pontos-chave sobre o berço da cultura Inca, atualmente com 31 milhões de habitantes, onde o voto é obrigatório e 23 milhões de cidadãos estão habilitados a votar.

Superando as expectativas

Com uma taxa de crescimento médio anual de mais de 6% entre 2006 e 2013, o Peru se tornou uma das economias mais fortes da região, com um modelo elogiado por órgãos financeiros internacionais.

Rico em recursos minerais, o país se situa entre os cinco maiores produtores mundiais de ouro, prata, cobre, zinco, estanho e chumbo.

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Com o fim da abundância das matérias-primas, a economia peruana desacelerou e em 2014 registrou um crescimento de apenas 2,4%, o número mais baixo em cinco anos, devido às quedas na mineração e na pesca, outro setor-chave.

Mas, um bom cenário para suas exportações não tradicionais, como os produtos da agricultura, a entrada de novos projetos mineradores e uma boa temporada de pesca permitiram que o país superasse as expectativas e registrasse uma expansão de 3,26% em 2015. Um cenário melhor do que o de vários vizinhos da região.

Pobreza

Apesar de sua trajetória de crescimento, o Peru ainda tem uma tarefa pendente devido ao fato de 22,7% de sua população se encontrar na pobreza, segundo números de 2014. Ainda que seja uma situação muito melhor que os 58,7% de dez anos atrás.

O Peru também é um país altamente empreendedor. As micro, pequena e médias empresas dão emprego a 80% da força de trabalho. Mas, também em torno de 70% dos empregos está na informalidade, segundo especialistas.

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Ainda assim, apresenta desigualdades entre as camadas sociais, étnicas e geográfica. A população rural na Cordilheira dos Andes é particularmente marginalizada.

Terra dos Incas

Governado em algum momento pelo império Inca, o Peru foi conquistado pela Espanha no século XVI e obteve a independência em 1821. Durante mais de 100 anos, esteve marcado por uma série de ditaduras e golpes de Estado: houve mais de 60 governos desde então e somente 24 foram civis.

o Peru está situado no centro-oeste da América do Sul e se limita ao norte com o Equador e a Colômbia, ao leste com o Brasil, ao sudeste com a Bolívia, ao sul com o Chile e a oeste com o oceano Pacífico. Atravessado pela Cordilheira dos Andes e pelo rio Amazonas, tem uma superfície total de 1.285.216 km².

Sua língua oficial é o espanhol (84%) e quíchua (13%), com uma população majoritariamente católica (80%) e minoria evangélica (13%).

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Sendero Luminoso

Entre 1980 e 2000, o grupo guerrilheiro maoísta Sendero Luminoso (SL) e o guevarista Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA) semearam o terror no país e empreenderam uma guera contra o Estado, que deixou cerca de 70.000 mortos e desaparecidos.

Alberto Fujimori, filho de imigrantes japoneses, governou o país entre 1990 e 2000, dizimou as guerrilhas, ainda que seu governo estivesse manchado pela má administração, compra de políticos e meios de comunicação. Ao final, teve que renunciar em meio a um escândalo de corrupção, e se converteu no primeiro presidente peruano condenado por corrupção e crimes contra a humanidade.

Condenado em 2009, Alberto Fujimori atualmente cumpre uma pena de prisão de 25 anos em uma base policial de Lima.

Comandante Humala

O Peru é uma república constitucional.

Desde 28 de julho de 2011, é governado por Ollanta Humala, um comandante aposentado do Exército, fundador do Partido Nacionalista, de centro-esquerda, que venceu em uma eleição a filha de Fujimori, Keiko. Segundo a Constituição, Humala não pode se candidatar a uma reeleição e seu grupo político optou por retirar seu candidato presidencial no primeiro turno ocorrido no último 10 de abril.

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Cocaína

O Peru é um importante produtor mundial da folha de coca e da cocaína, atividade que move ao ano cerca de 8,5 bilhões de dólares ilegais, segundo números oficiais.

Entretanto, foi registrada uma queda em 2014 de 13,9% na área de terra onde é cultivada a folha de coca, segundo os último números publicados pela ONU em julho de 2015.

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