Roberto Monteiro Gurgel Santos vive hoje o ápice de sua carreira desde que chegou ao topo do Ministério Público Federal (MPF), instituição que se dedica há três décadas. Nomeado procurador-geral da República em 2009, o cearense de 57 anos terá cinco horas para desenvolver a acusação contra os réus.
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De perfil moderado, Gurgel dá continuidade ao trabalho de seu antecessor. O atual procurador-geral era vice do antigo ocupante do cargo, Antonio Fernando de Souza, responsável por apresentar a denúncia que transformou o escândalo na Ação Penal 470.
Natural de Fortaleza, Gurgel traçou o caminho jurídico longe do Nordeste. Cumpriu a graduação em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, advogou no Rio e em Brasília até passar no concurso do MPF, em 1982. Doze anos depois, foi promovido a subprocurador da República, cargo atual da mulher, Cláudia Sampaio, com quem tem dois filhos.
A cumplicidade do casal se estende ao trabalho. Diante de processos mais complexos ou que envolvam nomes de proa na política nacional, o procurador-geral costuma recorrer aos conselhos da companheira, hábito que quase os levou a prestar depoimento à CPI do Cachoeira. Ao receber o inquérito da Operação Vegas, em 2009, Gurgel decidiu não abrir investigação contra o então senador Demóstenes Torres, decisão que teria sido endossada por Cláudia. O episódio desgastou a imagem do procurador, que costuma medir bem as palavras diante de repórteres.
Apesar de avesso aos holofotes, um dos poucos lugares onde se encontra Gurgel com facilidade é a churrascaria Porcão. O gosto por carne e doses de uísque ajuda a reforçar a semelhança do procurador com o apresentador global Jô Soares, motivada pelo corpanzil rechonchudo somado aos cabelos e barba brancos.
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