Muita gente já deve ter percebido que todos os atos suspeitos que ocorrem em ano eleitoral são debitados à perseguição política. Não obstante as evidências que apontam para possíveis procedimentos antiéticos, as desculpas (esfarrapadas) são sempre as mesmas: “Estamos sendo vítimas de pessoas maldosas”. E não é que, muitas vezes, conseguem sair pela tangente? Isso se deve à fragilidade de nossas leis, que sempre deixam alguma brecha, possibilitando arrastar os processos quase indefinidamente, o que, por consequência, fomenta a detestável impunidade.

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Vozes se levantam contra esse estado de coisas, mas os resultados são ínfimos. E nem precisamos ir muito longe para tal constatação. Basta que nos reportemos ao famigerado processo do Mensalão, que por um triz não terminou em pizza, não fosse a bravura de Joaquim Barbosa, à época presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e alguns outros ministros daquela egrégia Corte. Se o Supremo teve, e tem, dificuldades para condenar os mensaleiros e outros corruptos, faz-se ideia do que não é enfrentado por outras instâncias jurídicas.

Apesar desse quadro deplorável, nossos legisladores andam a passos de tartaruga no que se refere ao endurecimento das leis, a fim de que se possa colocar atrás das grades os que atentam contra a coisa pública, legítimo patrimônio do povo brasileiro. Quando será que os cidadãos terão vez e voz? Mas não somente no papel, e sim, na prática cotidiana. Estariam faltando ações de cidadania? Possivelmente, sim.

Temos que acabar com essa história de perseguição política, pois isso não passa de subterfúgio de pessoas desavergonhadas, cuja intenção é continuar se locupletando do erário público. O dinheiro que é desviado poderia salvar a vida de muita gente, por meio de um sistema público de saúde que continua mais enfermo que os próprios pacientes que o procuram. Que o digam as pessoas que aguardam meses, e até anos, por procedimentos médicos, muitas das quais sucumbem antes de serem atendidas. Chega de confusão e de desonestidade.

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