A 19 km do Marco Zero do Recife, no centro da cidade, um novo polo econômico se instala em Pernambuco. Num terreno de 270 hectares localizado no município de São Lourenço da Mata, está sendo erguida a Cidade da Copa.
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Com conceitos de sustentabilidade, áreas verdes, conjuntos habitacionais, shopping e campus universitário, o local foi escolhido a dedo pelo Governo do Estado para atrair desenvolvimento à zona oeste da Região Metropolitana do Recife. Uma área, até hoje, pouquíssimo explorada.
– Estamos usando a Copa não apenas como um evento esportivo, mas para contribuir ao reordenamento da cidade – afirma Ricardo Leitão, secretário extraordinário da Copa em Pernambuco.
Feliz está o prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca, que espera dobrar a população da cidade, de 105 mil habitantes, nos próximos quatro anos. São pessoas atraídas pelos empreendimentos.
– Isso é o efeito Copa – afirma.
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Todas as atenções, por enquanto, estão voltadas para uma área que corresponde a 20% da Cidade da Copa: a Arena Pernambuco. O estádio está quase pronto, enquanto os outros investimentos serão feitos até 2025. Para ser incluída na Copa das Confederações, o governo estadual pediu para acelerar a obra, inicialmente prevista para terminar só em dezembro.
– Contamos hoje com um efetivo de 4.600 homens, quando o pico inicial previsto era de 2.100 – diz o diretor de contratos da Arena, Bruno Dourado.
O custo adicional da correria ainda não foi divulgado pelo governo – por ora, o estádio segue orçado em R$ 532 milhões. Uma empresa de auditoria ainda fará um reequilíbrio financeiro no contrato de PPP entre Governo e o Consórcio Arena Pernambuco, administrado pela Odebrecht Construção.
Mas esta não é a única dúvida em Recife. Por ser a única das 12 cidades-sede do Mundial em que a Cidade da Copa não fica na capital, o plano de mobilidade urbana se tornou o maior desafio do governo. O Estado investe R$ 710,3 milhões em infraestrutura para a Copa das Confederações e R$ 883,3 milhões para a Copa do Mundo.
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– Há anos Recife não tinha nada nessa dimensão. O governo tinha projetos, mas não havia linhas de financiamentos especiais nem prazos da Fifa – diz o governador Eduardo Campos.
Das 12 intervenções para a Copa das Confederações, seis estão em construção. A obra mais preocupante é principal via de acesso à Arena, o Ramal Cidade da Copa (70% construído). A obra é de 6,3 quilômetros, mas tem uma ponte ainda não concluída e desapropriações pendentes, revela Ricardo Leitão. Com faixas para ônibus, carro e uma ciclovia, o Ramal é vital para montar o quebra-cabeça da mobilidade.
RAIO-X
Recife
Estádio: Arena Pernambuco (R$ 532 milhões)
Conclusão: 91,1%
Investimentos na cidade: R$ 1,593 bilhão
Problemas: Ramal Cidade da Copa, via fundamental para o plano de mobilidade urbana, está atrasado