Nova Veneza é a quarta e última colônia italiana do Sul Catarinense. Um território que fora ocupado por imigrantes do norte e nordeste da Itália, colonizadores que ocuparam terras do governo, antes habitada pelos nativos “xokleng”, popularmente conhecidos por bugres.
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Os nossos antepassados italianos ficaram cem anos praticamente isolados da mãe Itália. Aqui permaneceram sem miscigenação de raças: formavam suas famílias somente entre eles. Isto preservou uma fortíssima identidade cultural, fazendo que Nova Veneza mantivesse uma particularidade étnica através dos seus costumes nos seguimentos da música, dança, arquitetura, gastronomia e nas variantes linguísticas dialetais, que até hoje são mantidas por um percentual significativo da população.
Até o inicio da década de 1990, a tradição era mantida pela própria herança cultural. A partir daí, os vestígios herdados foram preservados através de um projeto chamado S.O.S. Cultura Nova Veneza. O que era velho e feio começou a ficar belo.
Aos poucos Nova Veneza vai se transformando em uma cidade turística por manter suas tradições em todos os segmentos, inserindo elementos que agregam valores entre o passado e o presente de uma forma humilde e sustentável. Isso produz benefícios culturais e comerciais atrativos ao turismo. Um local onde o visitante pode saborear nossa vasta gastronomia e onde o morador pode viver com muita tranquilidade.
Por estarmos fora do eixo logístico, ou seja, longe da BR-101, e praticamente sem saída, porque estamos abaixo das encostas da Serra do Mar e sem acesso por via trafegável para o homem moderno, a cidade não desperta muito interesse das grandes indústrias. Com isso, ganhamos mais tranquilidade.
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A vegetação, rios, relevo e clima produzem uma natureza perfeita para sítios de cidadãos neovenezianos e de outros municípios, principalmente dos criciumenses, que vêm descansar nos fins de semana aqui. Alguns já optaram por residir permanentemente, em busca de qualidade de vida. Como diz um trecho do hino do centenário de Nova Veneza: “Salve Nova e bela Veneza, do trabalho, da gastronomia e da canção. Tudo é festa, saúde e beleza , monumento da imigração”.
* Historiador nascido em Nova Veneza e amante da cultura italiana.