Peritos criminais da Polícia Federal estão reunidos no Instituto Nacional de Criminalística (INC) para definir a forma como será conduzida a investigação sobre os ataques de hackers a sites e instituições ligadas ao governo federal. A Polícia Federal foi acionada na última quarta-feira para entrar no caso. A parte técnico-científica da investigação está a cargo do Serviço de Perícias de Informática da Polícia Federal (Sepinf) do INC.
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– Ao longo da reunião devem ser definidos o quantitativo de peritos que se dedicarão ao caso, bem como a forma como o trabalho será conduzido – disse hoje o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Hélio Buchmuller.
– Em um primeiro momento, os colegas do Sepinf fizeram um levantamento das informações obtidas. Em seguida, eles vão analisar os ambientes invadidos para ver o que havia nesses locais, e só então quais são as medidas mais efetivas para o caso – acrescentou o perito.
Além de buscar identificar a autoria dos ataques, a PF pretende apontar as falhas apresentadas nos sistemas invadidos. Essas conclusões serão encaminhadas à área de segurança de cada órgão.
– Na conversa que tive com os colegas da área, fui informado que ainda não dá para avaliar o grau de dificuldade dessa investigação. Isso só será possível na medida em que elementos mais concretos sejam obtidos, o que deve acontecer nos próximos dias – adiantou o presidente da APCF.
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Segundo ele, muitos dos dados supostamente confidenciais, cuja divulgação foi atribuída aos ataques recentes, não foram necessariamente obtidas em decorrência do ataque.
– Aparentemente, muitas das informações divulgadas pela mídia sequer são informações confidenciais e podem ser obtidas por outros caminhos ou outras fontes – disse Buchmuller, referindo-se a alguns dos dados pessoais de políticos, divulgados após o ataque.
– Dá para você obter essas informações em sites como o do Tribunal Superior Eleitoral.
De acordo com o perito, o fato de o Brasil estar conquistando uma posição de destaque no cenário mundial ainda não alterou o perfil dos crimes cibernéticos investigados pela PF.
– Até o momento, não temos nenhuma novidade prática sobre isso – informou Buchmuller.