A tese de que as vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, foram mortas por asfixia por gás cianeto, liberado pela queima da espuma localizada no teto da danceteria, teria sido comprovada extraoficialmente.
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Segundo fontes da Polícia Civil, o IGP revelou, informalmente, que na “grande maioria dos casos vai ser possível dizer que a morte ocorreu por asfixia por cianeto”.
Delegados foram informados da confirmação da presença do cianeto ao fazer uma consulta preliminar ao laboratório do Instituto-Geral de Perícias (IGP), em Porto Alegre, que está finalizando os laudos técnicos relativos ao caso. A polícia ainda conta com a conclusão de algum laudo oficial até o final da semana para que o documento sirva de embasamento no pedido de prisão preventiva dos suspeitos que já estão recolhidos temporariamente.
Os delegados Marcelo Arigony e Sandro Meinerz, responsáveis pela investigação, estiveram no laboratório do IGP na tarde de terça-feira.
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– Informalmente, os peritos nos disseram que estão comprovando a nossa linha de investigação, inclusive em relação ao cianeto, embora os laudos não estejam prontos – afirma Meinerz.
Arigony chegou a ser criticado, no decorrer do trabalho, por ter anunciado que a fumaça decorrente da queima do revestimento de poliuretano foi a principal causa das mortes. Nos bastidores, técnicos do IGP classificaram o anúncio, feito em uma entrevista coletiva, como “precipitado”, já que os exames estavam longe de ser concluídos.
Amostras de sangue das vítimas foram levadas para o Laboratório Policial de Química Forense da Polícia da Província de Buenos Aires, em La Plata, a 50 km da capital argentina, para serem examinados. Inicialmente, havia dúvidas se o cianeto de fato estava presente. Contraprovas chegaram a ser realizadas aqui no Estado.
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– Ouvi de alguns críticos que sou o delegado do “achismo”, mas agora tudo indica que eu estava certo – desabafa Arigony.
Apesar disso, os delegados ressaltam que ainda aguardam a validação oficial dos peritos. Segundo eles, os especialistas seguem trabalhando e não há data para a conclusão. Por meio de sua assessoria de imprensa, o IGP informou nesta quarta-feira que os agentes tiveram acesso aos exames toxicológicos, mas não confirmou a presença do elemento químico nas amostras.
Ainda segundo a assessoria, a instituição divulgará uma nota em seu site até sexta-feira, detalhando o andamento das perícias e a previsão de finalização de casa um dos trabalhos. Os laudos são considerados fundamentais para a conclusão do inquérito.
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