A Páscoa neste ano é em abril, mas para quem produz doces para vender nesta época do ano os preparativos já começam mais cedo, em março. Rose Mari Wachholz, que vende bolachas decoradas na Osterfest, em Pomerode, conta que o trabalho é intenso para atender aos pedidos e à feira, que é o maior evento em que participa.

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O trabalho com confeitaria começou quando morava em São Paulo, onde chegou a fazer alguns cursos. Rose é de Pomerode, voltou para Santa Catarina com o marido e filhos para cuidar dos pais idosos e desde então passou a focar a produção de doces em cookies e bolachas, tradicionais da região.

As bolachas são uma tradição de família, e Rose busca fazer os doces da mesma forma que a avó produzia décadas e décadas atrás: com ingredientes mais naturais e de qualidade.

— Na época em que minha avó fazia a receita os produtos usados eram da roça realmente. O leite vinha direto da vaca, era usado manteiga, margarina nem existia. E isso faz uma diferença enorme, é uma bolacha muito gostosa — afirma.

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Rose conta que preza pela qualidade do produto, e não pela quantidade. Os produtos dela são feitos de forma manual, sem uso de máquinas.

Hoje, uma funcionária que foi contratada há três meses e que foi ensinada por ela ajuda a fazer os doces. Antes, Rose e o marido se encarregavam de tudo sozinhos. Ele ainda é o responsável pela parte mais burocrática e financeira do negócio.

A confeiteira conta que o trabalho é intenso durante a Osterfest. Como os produtos não têm conservantes e são feitos de maneira artesanal, não é possível adiantar muito a produção. A validade média é de 60 dias.

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— Trabalhamos muito, intensamente, quando chega perto da data da festa, já que para termos um produto fresquinho não tem como ser diferente. A gente faz o que dá, e a cada ano nos preparamos melhor para isso tudo — explica.

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Com a pandemia de Covid-19 e a suspensão de feiras em 2020, Rose teve de encontrar uma saída para continuar obtendo a renda com os doces. Ela foi atrás de empresas e empórios, e hoje, mesmo com a retomada dos eventos, ainda mantém essa clientela.

As bolachas são a fonte de renda da família, e em datas como a Páscoa, a demanda cresce e a correria toma conta do dia a dia. A Osterfest é o primeiro grande evento que Rose assume desde o início da pandemia.

Se sente em casa

O melhor lugar da casa para ela é a cozinha. Apaixonada desde criança pela culinária, lembra que aos 10 anos de idade saía correndo da escola para não perder o programa de televisão “A Cozinha Maravilhosa da Ofélia”, que foi o primeiro ídolo de Rose.

A produção dos doces ainda é feita em casa, em uma cozinha separada para o trabalho. A ideia é ampliar o local, para conseguir produzir mais e ter espaço para mais pessoas entrarem para a equipe.

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— É um trabalho gratificante e é algo que faço com prazer, faço cada receita como se fosse a primeira, tudo com muito carinho — afirma.

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Páscoa 2022 na Vila Germânica, em Blumenau
Páscoa 2022 na Vila Germânica, em Blumenau – (Foto: Patrick Rodrigues)
Páscoa 2022 na Vila Germânica, em Blumenau
Páscoa 2022 na Vila Germânica, em Blumenau – (Foto: Patrick Rodrigues)
Decoração noturna na Vila Germânica
Decoração noturna na Vila Germânica – (Foto: Patrick Rodrigues)
Visitantes tem opções gastronômicas na Vila
Visitantes tem opções gastronômicas na Vila – (Foto: Patrick Rodrigues)
Árvore de Páscoa na Vila
Árvore de Páscoa na Vila – (Foto: Patrick Rodrigues)
Vila Germânica em Blumenau durante a Páscoa
Vila Germânica em Blumenau durante a Páscoa – (Foto: Patrick Rodrigues)
Páscoa em Blumenau
Páscoa em Blumenau – (Foto: Patrick Rodrigues)
Páscoa na Vila Germânica em Blumenau
Páscoa na Vila Germânica em Blumenau – (Foto: Patrick Rodrigues)
Páscoa na Vila Germânica em Blumenau
Páscoa na Vila Germânica em Blumenau – (Foto: Bianca Bertoli)
Árvore no Parque Ramiro tem mais de 150 mil casquinhas, diz organização
Árvore no Parque Ramiro tem mais de 150 mil casquinhas, diz organização – (Foto: Prefeitura de Blumenau)

Confeiteira… E psicopedagoga também

Bruna Cristine Azevedo concilia a produção de ovos de chocolate na Páscoa com a função como psicopedagoga em escolas de Blumenau. Começou a vender os doces por incentivo de amigos, que falavam que o produto era tão bom que merecia ser vendido. Os conselhos deram certo, e ela começou a comercializar os produtos em 2018.

O retorno dos clientes é positivo e o maior desafio é dar conta de toda a demanda trabalhando sozinha, principalmente em época de Páscoa. Ela tem a ajuda do esposo nas entregas, mas faz sozinha a produção dos ovos.

Para ela, a Páscoa se resume em trabalho, é um período em que não sobra tempo para o lazer. Apesar disso, Bruna vê como recompensadora a função.

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— Cada retorno que temos é gratificante demais. Eu sempre faço tudo com bastante carinho e amor — comenta.

O sonho é viver só com a renda dos doces mas até lá ainda deve continuar com o trabalho nas escolas.

Apoio é essencial

Ivonete Henrique dos Santos, de 43 anos, veio do Paraná para Blumenau em 2006. Hoje, a renda dela vem doceria que tem. Para ela, o apoio do marido, que ajuda na produção, e da irmã, cunhado, genro e filhas foram essenciais para a prosperidade do negócio.

Logo que veio morar em Blumenau trabalhou em uma padaria, onde aprendeu muito e deixou várias receitas. Com o nascimento da filha, passou a trabalhar como confeiteira em casa, onde produz os ovos de Páscoa ainda hoje.

A relação com a comida é de paixão e familiar.

— É de família, minha mãe tinha uma pastelaria. Eu sou apaixonada pelo que faço — afirma.

Para quem sonha em largar o emprego e se dedicar a um negócio próprio, ela aconselha a fazer o que gosta.

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— É muito bom trabalhar para você mesma e ter um retorno.

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Páscoa no Vale do Itajaí

A Osterfest de Pomerode, um dos principais eventos de Páscoa do Sul do Brasil, estará aberta ao público até o dia 17 abril. O evento funciona de quinta-feira a domingo, das 10h às 20h, no Centro Cultural da cidade mais alemã do Brasil e a entrada é gratuita.

Por lá, as crianças podem fazer uma oficina gratuita de pintura de casquinhas ou pintura de bolachas e costura de coelhos de pano.

A Osterbaum, árvore com 100 mil casquinhas pintadas à mão, também está no Centro Cultural. A festa conta com várias opções gastronômicas e venda de artesanato local.

Em Blumenau, a abertura da Páscoa ocorreu na segunda-feira (28). A Vila Germânica está toda decorada e pronta para receber os turistas. Os serviços de alimentação e os brinquedos ficam por lá até o dia 1° de maio e a entrada também é de graça.

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As atrações contam com passeio de trenzinho, brinquedos, uma toca do coelho e pintura de casquinhas. Em casinhas espalhadas pelo local, funcionam as lojas de artesanato e restaurantes.

A Osterbaum blumenauense está no Parque Ramiro Ruediger, e tem cerca de 150 mil casquinhas.

Em Timbó, as atividades de Páscoa seguem até o dia 18 de abril. No sábado (2), acontece a caça aos ovos no Parque Central. Uma caça aos livros ocorre na Biblioteca Pública Municipal Professor Péricles Prade desde o último dia 14. As pessoas podem levar livros para doação em troca de ovos de chocolate.

A festa ainda conta com passeio de trem, apresentação de grupos folclóricos e musicais e uma Osterbaum.

Salvelina colocou ovos, laços e cenouras em árvore do parque
Salvelina colocou ovos, laços e cenouras em árvore do parque – (Foto: Patrick Rodrigues)
Coelho em vaso na parte coberta do Parque das Itoupavas
Coelho em vaso na parte coberta do Parque das Itoupavas – (Foto: Patrick Rodrigues)
Coelhos de papel EVA foram espalhados pelas pilastras
Coelhos de papel EVA foram espalhados pelas pilastras – (Foto: Patrick Rodrigues)
Laços também foram pendurados em guarda-corpo
Laços também foram pendurados em guarda-corpo – (Foto: Patrick Rodrigues)

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