A inclusão dos motociclistas na lista de profissionais que têm direito ao adicional de periculosidade, em vigor desde o dia 20, causará impacto no bolso de quem usa serviços de tele-entrega. Como a sanção da Lei nº 12.997 ocorreu no meio do feriado de Corpus Christi, membros do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Blumenau e Região (Sihorbs) foram surpreendidos com a decisão.
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Em consulta a representantes estaduais em Florianópolis, foram informados de que não há mais volta e por isso uma coisa já é certa: os gastos com os 30% adicionais ao piso da categoria, hoje de R$ 835 em Santa Catarina, serão repassados ao consumidor.
O que pode mudar é a forma como isso será feito, dependendo de seu impacto em cada negócio. O presidente do Sihorbs, Richard Steinhausen, explica que empresas maiores têm condições de fazer o reajuste aos poucos, inclusive para fugir do risco de perder clientes por causa de um eventual preço maior.
– Todo mundo ficou assustado. Esse percentual é excessivo. O risco deste trabalhador não é dentro da empresa, mas depende de como ele conduz a moto. Não temos o controle de como a pessoa está guiando. Então por que temos de pagar isso? – reclama.
O Sindicato dos Motociclistas de Blumenau e Região (Sindimoto) também não fez as contas ainda. Mas o presidente Leomar Antonio Gottchefski reconhece que os consumidores deverão custear parte do novo acréscimo:
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– A empresa vai ter de repassar para o consumidor. Não tem como não aumentar o preço final do serviço.
Ao todo, há 3,5 mil motoboys na cidade. A maioria é contratada direto pelas empresas, 400 são funcionários de moto-fretes que terceirizam o serviço e 120 são autônomos, de acordo com o Sindimoto. Conforme Gottchefski, desde 2001 a categoria vem cobrando o adicional, mas havia desistido da demanda, segundo ele, por falta de interesse dos governos. Ele atribui a aprovação do acréscimo no salário a uma manobra política.
– Quando chega perto da eleição, fazem esse tipo de coisa. Mas a lei veio para ajudar a categoria, que tem um salário baixo. Vai permitir investir em equipamentos de melhor qualidade, por exemplo – defende.