Uma perícia da Polícia Civil do Distrito Federal desmonta a tese defendida pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) teria premeditado cuspir na sua cara. O episódio aconteceu em abril, durante a votação sobre o pedido de abertura do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

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No centro dessa polêmica está um vídeo divulgado nas redes sociais pelo filho do deputado do PSC, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que traz uma legenda em que Jean Wyllys aparece dizendo para o deputado Chico Alencar (PSOL-SP) que iria cuspir na cara do Bolsonaro.

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A leitura labial feita pela perícia, porém, apontou que o vídeo ocorreu depois da ação e que Jean Wyllys disse, na verdade, “eu cuspi na cara do Bolsonaro, Chico” e não “eu vou cuspir”, como sugeria a legenda do vídeo divulgado pelo filho de Bolsonaro.

Jean Wyllys é alvo desde outubro de um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara que apura se o episódio configura quebra de decoro parlamentar. O deputado do PSOL sempre alegou que nunca premeditou cuspir em Bolsonaro e que o ato foi uma reação aos insultos de cunho homofóbico por parte do deputado do PSC.

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— Tolerei insultos por seis anos, mas, naquela hora, cuspi na cara daquele fascista porque foi algo mais forte do que eu. Minha cuspida foi uma reação e não uma ação — disse.

A assessoria de imprensa de Jean Wyllys disse que o deputado vai esperar a conclusão do processo para decidir se vai entrar com uma representação contra Bolsonaro por ter usado um vídeo falso como prova no processo do Conselho de êtica. A assessoria de Bolsonaro afirmou que o deputado não iria se pronunciar sobre o caso. O deputado Eduardo Bolsonaro não retornou o contato feito pela reportagem.

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*Estadão Conteúdo