A perícia argentina não conseguiu comprovar a existência de rastros de pólvora nas mãos do procurador Alberto Nisman, encontrado morto em seu apartamento, no último domingo, com um disparo na têmpora esquerda. As informações são da Rádio Mitre, de Buenos Aires.

Continua depois da publicidade

Em entrevista nesta terça-feira, Viviana Fein, promotora que investiga as causas da morte, afirmou que a pequena quantidade de pólvora liberada por armas de pequeno calibre – como a usada no crime, de calibre .22 -, não possibilita um resultado positivo. No entanto, as autoridades argentinas ainda não descartam a possibilidade de suicídio.

– Esse não é um resultado inesperado. O calibre da arma, calibre .22, não permite que a varredura eletrônica dê um resultado positivo. É uma questão técnica – disse Viviana.

De acordo com a procuradora, as investigações seguem e, por enquanto, a conclusão da apuração ainda está “pendente”.

Nisman detalharia denúncia na segunda-feira

Continua depois da publicidade

O promotor Nisman, 51 anos, acusou na última quarta-feira Kirchner, Timerman e outros funcionários de terem tramado uma manobra para acobertar o suposto envolvimento do Irã no atentado contra a AMIA que deixou 85 mortos e 300 feridos em 1994.

Leia as últimas notícias sobre Mundo

Leia as últimas notícias de Zero Hora

O promotor pedia que Kirchner fosse indagada por ter favorecido, em 2013, a assinatura de um Memorando de Entendimento entre Argentina e Irã para poder interrogar os acusados em um terceiro país e avançar em um caso estancado há 20 anos. A acusação de Nisman foi o último de uma série de confrontos entre funcionários de alto escalão e a Justiça argentina sobre o esclarecimento deste atentado.

Além da investigação, solicitou um embargo preventivo de bens no valor de 200 milhões de pesos (US$ 23 milhões) de Kirchner, de Timerman e de outros funcionários. Segundo o promotor, a posição do governo de Kirchner obedecia ao seu interesse pelo petróleo iraniano para restabelecer relações comerciais de Estado a Estado.

*Zero Hora com informações da AFP