A perícia realizada no palco do Clube Gaúcho, onde o cantor Ênio Knak Júnior, 28 anos, morreu após receber descarga elétrica na madrugada de domingo, concluiu que a estrutura do palco estava energizada com uma carga de 219 volts.
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Durante uma hora e meia, um engenheiro Instituto Geral de Perícias (IGP) examinou o local, na tarde desta terça-feira. De acordo com o delegado Rogério Junges, que investiga o caso, a estrutura metálica que abriga a iluminação do palco estava com a carga.
O choque teria acontecido quando o cantor se apoiou na estrutura e encostou as costas na grade de uma escada que leva ao mezanino do clube, formando a corrente elétrica. A estrutura de som e luz é pertencente à própria banda e foi instalada pela equipe que dava apoio técnico à dupla.
– O resultado da perícia apenas aponta algo que a gente já imaginava. A estrutura era nossa, fomos nós que montamos e estava tudo dando certo até o momento do incidente. Foi uma fatalidade e nós não acreditamos que exista algum culpado. Podia ter acontecido com qualquer um. Naquele momento, Deus escolheu que fosse o Júnior – afirmou Ênio Knak, pai do cantor.
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De acordo com o delegado, na próxima etapa da investigação as testemunhas do incidente deverão ser ouvidas. O laudo da perícia também será anexado ao inquérito.
Choque no palco
O artista, que tinha 28 anos, morreu na madrugada deste domingo, ao receber uma descarga elétrica (eletroplessão) enquanto animava, com o irmão Marcel, a festa de Carnaval do Clube Gaúcho.
Júnior chegou a ser levado para o Hospital de Santo Ângelo, mas morreu logo em seguida. Segundo a assessoria da dupla, eles haviam sido contratados para animar os três dias de festa na cidade.
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O artista integrou durante cerca de 10 anos a Banda Ghermânia, pertencente ao pai dos irmãos, e famosa no Vale do Rio Pardo. Apadrinhados pelo cantor Frank Aguiar, Júnior e Marcel fizeram diversos shows nacionais e até mesmo fora do país.
Mais velho da dupla, Júnior iniciou na música aos 6 anos de idade. O músico tocava diversos instrumentos, como sanfona, violão e teclado. Eles também eram conhecidos pelos shows beneficentes em entidades sociais de Santa Cruz e em cidades do Vale do Rio Pardo. Além disso, participavam de oficinas em escolas municipais da periferia de Santa Cruz, que buscavam ocupar o turno inverso de crianças carentes.