Era para ser uma performance ao ar livre do bailarino Igor Cavalcante Medina dentro da programação do 8º Caxias em Movimento, em Caxias do Sul, no RS. Mas a dança solitária, misto de protesto e arte, foi confundida com um surto psicótico e Medina foi levado à força para o Pronto-Atendimento 24 Horas da cidade . O caso aconteceu no final da manhã de sábado (28), na Praça da Bandeira, no bairro São Pelegrino.

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Medina é integrante da Companhia Municipal de Dança e a apresentação “Fim.” fazia parte da programação do 8º Caxias em Movimento divulgada pela Prefeitura de Caxias do Sul. No documento, a performance foi descrita como um trabalho que “aborda a violência e põe o corpo em evidência para trazer à tona as diversas formas de brutalidade do cotidiano, sejam elas físicas ou psicológicas”. O texto ainda questionava “será que já não somos nada mais além de um mero pedaço de carne incapaz de sentir, incapaz de resistir, incapaz de se rebelar?”.

Segundo o diretor da Guarda Municipal, Ivo Rauber, os agentes foram acionados para verificar o que um homem fazia parado na Praça da Bandeira. Ele relata que o atendimento foi liderado pela equipe do Samu, que decidiu pela contenção com o uso de colete e o encaminhamento para uma unidade de saúde. Rauber ressalta que, em nenhum momento, os agentes da Guarda utilizaram a força na abordagem.

— O que chamou a atenção é que ele usava umas roupas da performance e tinha um arame farpado no pescoço. A equipe tentou falar com ele, mas o bailarino ficava mudo. Olhava para o céu, para cima e para baixo. De repente, começou a soltar frases filosóficas, citava a Somália a todo momento. Os guardas entenderam que poderia ter algum problema de saúde e acionaram o Samu — resume o diretor. Após a abordagem na praça, Medina foi conduzido para o Postão.

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