Considerada a mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes, seguida pela brasileira Dilma Rousseff, a chanceler alemã Angela Merkel é muito popular no país e uma das líderes mais respeitadas do mundo. Mas também é muito criticada.

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Aos 59 anos, filha de um pastor protestante, casada duas vezes e sem filhos, a primeira-ministra conservadora é chamada às vezes “chanceler de ferro” pela defesa das políticas de austeridade, que a aproximam da ex-ministra britânica Margaret Thatcher, a Dama de Ferro. Por outro lado, compatriotas também a chamam Mutti (mamãe, em alemão) por inspirar grande segurança em meio à turbulência continental.

Depois de oito anos no comando da principal economia da Europa, e três liderando a busca de uma saída para a crise na zona do euro, Merkel se mostra preparada para dirigir o país por outro mandato, sem que sua imagem pareça sofrer o desgaste do poder e os efeitos da crise econômica mundial. No Exterior, porém, sua figura irrita, provoca revolta e até indignação. Os gregos detestam a chanceler, que costumam representar em caricaturas com bigodinho à la Hitler e uniforme da SS. Versões semelhantes de sua imagem apareceram em cartazes de manifestações em Lisboa e Madri. Os europeus atribuem a Merkel os cortes orçamentários que, segundo os críticos, estão derrubando as economias de seus países e levando o desemprego a níveis recordes.

Chanceler diz que seu modelo é a dona de casa alemã

– A Alemanha só pode ser forte com uma Europa forte – insiste Merkel, assegurando que Berlim não busca hegemonia.

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Durante a campanha, que muitos criticam pela falta de conteúdo, analistas destacam que Merkel tem feito a próspera Alemanha experimentar um sentimento de falsa segurança.

– Merkel encarna com perfeição as sensibilidades dos alemães neste início do século 21. A chanceler é perfeitamente previsível, em sua flexibilidade. E, para o eleitorado, que detesta risco, isso agrada – afirma o editor da influente revista Die Zeit, Josef Joffe.

Seu biógrafo, Gerd Langguth, ressalta que Merkel permanece um enigma: “É uma esfinge, o que aprendeu em seus anos sob a ditadura da Alemanha Oriental”.

– Ela se transformou em uma espécie de mãe da nação – afirma o cientista político Oskar Niedermayer.

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Amante da ópera, do vinho tinto francês e de caminhadas nas montanhas italianas, Merkel, que faz as compras em um supermercado barato, proclama que seu modelo é a dona de casa alemã, austera e controlada. E seu marido, o professor de química Joachim Sauer, com quem Merkel se casou em 1998, é tão tímido que não compareceu à posse da chanceler, em 2005.