Os atrasos e cancelamentos de voos prejudicaram passageiros ao longo desta segunda-feira no aeroporto Salgado Filho. O advogado Alessandro Spiller, de Bento Gonçalves, perdeu duas reuniões agendadas em São Paulo por causa de cancelamento de voo da Gol. O voo estava marcado para às 7h. Ele optou por não embarcar ao ser informado que a próxima opção seria às 14h. Acabou desistindo e voltando para Bento.

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– Minhas reuniões eram uma às 10h e outra às 14h. Resultado: cancelamento das reuniões, com prejuízos pessoais e de trabalho importantes – relatou.

Spiller já estava na sala de embarque quando ouviu comentários sobre os atrasos e cancelamentos dos voos da companhia nos últimos dias e olhou para o painel de horários. Ali descobriu que o seu voo havia sido cancelado.

– Como moro em Bento, saí às 14h para pegar o voo por conta das obras na BR-116. Acabei quase não dormindo. Não é possível dimensionar o prejuízo pelo cancelamento das reuniões, mas a partir de amanhã vou tentar remarcar – contou Spiller, que viaja a negócios cerca de uma vez por mês, por telefone.

A família do estudante carioca Lucas Servilhano, 19 anos, levou um susto ao chegar na fila para o check-in no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Seu voo para o Rio de Janeiro, previsto para às 18h30, havia sido cancelado.

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– Ninguém nos avisou de nada. Descobrimos quando chegamos aqui – reclamou Servilhano, que estava acompanhado do pai e da irmã.

Os três foram atendidos por funcionários da Gol, que os transferiram para um voo da Web Jet, agendado para quase o mesmo horário.

– O atraso ficou só no susto – brincou o estudante enquanto seguia para o balcão da outra companhia.

Durante a tarde desta segunda-feira, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) registrou atrasos em 1 a cada 4 voo no país – além de 103 voo terem sido cancelados ao longo do dia.

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A empresa com maior número de atrasos, até às 18h, era a Gol, com 13 atrasos e três cancelamentos no aeroporto Salgado Filho.

Entre os atrasos estava a viagem de Cassiano Breier, 31 anos, consultor previdenciário que ia para São Paulo. Prevenido, o gaúcho disse que não chegou a ser atrapalhado pela mudança de horário da partida, com atraso previsto em apenas 10 minutos.

– Eu já comprei para um horário bem mais cedo do que o previsto para não ter este tipo de problema – disse Breier.

Atraso em cadeia

Alguns membros das tripulações atingiram o limite de horas de jornada de trabalho previsto na regulamentação da profissão e foram impossibilitados de seguir viagem, causando um atraso em cadeia. Além disso, segundo a companhia, o fim de semana foi atípico por causa do retorno de férias escolares e ocorreu num momento em que a empresa finalizava a implementação de um novo sistema de processamento das escalas dos pilotos e comissários.

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De acordo com a Gol, foram acionados tripulantes extras e destacadas equipes de monitoramento nos aeroportos, especialmente designadas para tomar medidas emergenciais de atendimento. Nota da Gol afirma que a empresa vem prestando atendimento e toda a assistência necessária aos usuários, conforme determina a legislação estipulada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pretende regularizar o mais rápido possível as suas operações.

Veja a situação do voos nos aeroportos

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