A internacionalização é um desejo de muitos empresários que almejam ampliar mercados e colocar sua marca em evidência. Cada vez mais, esse sonho vem se tornando possível para as micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras: um levantamento recente realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base em dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Sicomex) constatou que, em 2021, cerca de 30 mil empresas exportaram seus produtos ou serviços. Destas, 11 mil — cerca de 36% — eram MPEs.

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Em Santa Catarina, os dados mais recentes do Observatório FIESC apontam que o número de empresas exportadoras foi de 2.754 em 2021, o que representa um aumento de 9% em relação ao ano anterior.
O gerente de negócios do Sebrae/SC, Filipe Gallotti Peixoto, ressalta que a internacionalização é um processo que traz inúmeros benefícios para as empresas, como explorar novos mercados e aumentar a base de clientes, ter acesso a novas tecnologias, recursos e talentos que podem não estar disponíveis
no país de origem, reduzir a dependência do mercado nacional e gerar aumento de receita e diversificação de fluxo.

Gerente de negócios do Sebrae/SC, Filipe Gallotti Peixoto (Foto: Divulgação)

— A competitividade deve ser o principal foco de uma empresa no processo de internacionalização. O reconhecimento da marca e o posicionamento têm, como consequência, a lucratividade, seja aumentando a escala ou tendo acesso a recursos e insumos. Hoje, essa expansão já deixou de
ser uma opção, se tornou uma obrigação.

O que queremos mostrar para os empresários é que este processo gera resultados efetivos e melhorias para a empresa de inúmeros pontos de vista.

Programa Go To Market

Kyrton Luiz Rocha, gerente comercial da Alquimya dos Cereais, empresa de alimentos saudáveis, conta que a internacionalização é um objetivo antigo. Porém, foi em 2022 que conheceram o programa Go
To Market, iniciativa do Sebrae/SC que visa fortalecer o processo de internacionalização de micro e pequenas empresas.

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— Assim que soubemos do programa, fizemos a inscrição para a edição de 2023. Participamos, no mês de março, de uma primeira rodada de negócios em que fizemos contato com empresas do Uruguai e da Argentina. Estamos em negociação adiantada com essa distribuidora de alimentos uruguaia, que trabalha com os maiores mercados de lá. Também participamos do Festival da Cerveja, em Blumenau, e da Feira Internacional de Negócios, em Florianópolis, onde conhecemos uma empresa de Portugal e um marketplace argentino.

A ampliação para a América do Sul é uma oportunidade para que a empresa, que se instalou em Biguaçu (SC) há quase vinte anos, coloque a marca ainda mais em evidência. Segundo Rocha, essa negociação também traz desafios, incentivando a melhorar cada vez mais a qualidade dos produtos, rótulos e embalagens, com o objetivo de conquistar espaço no Mercosul.

Em atividade desde 2020, o programa Go To Market já impactou mais de 5 mil empresários: no primeiro ciclo, realizado naquele ano, foram 60 participantes na categoria Premium; em 2023, atingiram a marca de 300 inscritos. O objetivo final é apoiar e demonstrar aos empresários que existe uma grande oportunidade ao olhar para o mercado internacional e, dessa forma, aumentar a competitividade, reduzir custos e gerar mais faturamento.

Contudo, para que o processo funcione, é necessário que o empresário compreenda a cultura do país de destino, planeje a expansão de modo a respeitar as diferenças, e faça as possíveis adaptações para que o produto ou serviço possa entrar no mercado almejado. Segundo Peixoto, todas essas adequações precisam de investimento, estruturação e planejamento:

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— Com certeza é desafiador, mas, no final, recompensa. É um processo e, por isso, algumas etapas precisam ser seguidas. Pesquisa de mercado, desenvolvimento de uma estratégia, construção de uma equipe com experiência, adaptação às culturas e regulamentos, estabelecer uma presença online e posicionamento… E, como em qualquer processo, é preciso monitorar as possíveis mudanças estratégicas e melhoramentos.

Para ajudar os empresários nessa jornada, o Sebrae/SC busca cada vez mais credenciar e se aproximar de consultores que tenham capacidade técnica para oferecer suporte aos empresários. Rocha conta que, hoje, o Sebrae é um dos principais parceiros da Alquimya dos Cereais, e que os primeiros passos para a internacionalização talvez não teriam acontecido tão rápido sem esse apoio.

— O Sebrae foi muito parceiro, principalmente ao nos apresentar possíveis clientes, que é o que nós precisamos. Além disso, tivemos auxílio para estruturar tabelas de preços em dólar e em como conduzir uma exportação. Não tínhamos experiência nessa área, mas o Sebrae já conhecia as empresas. O processo é lento, especialmente para nós, que estamos ansiosos com a oportunidade, mas a expectativa é fechar negócio.

Acesse o site do Sebrae e saiba mais sobre o programa Go To Market.

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