Para manter a saúde do coração e do sistema cardiovascular em dia, não é preciso adotar uma rotina de atleta. Pequenas mudanças de atitude e na alimentação já podem contribuir para um estilo de vida muito mais saudável, que afaste a possibilidade de infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), e outras doenças que, juntas, tiram a vida de cerca de 400 mil brasileiros a cada ano. Para completar, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, não fumar (inclusive de forma passiva) e aprender a lidar de maneira adequada com o estresse são elementos essenciais para garantir um coração saudável e uma vida mais longa e ativa.
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— A boa saúde do coração depende de uma combinação de vários fatores. Tabagismo, diabetes, hipertensão, colesterol elevado são alguns itens que podem aumentar e muito os riscos de desenvolver uma doença cardíaca. Mas certamente não é preciso virar atleta para cuidar do coração: usar escadas em vez de pegar o elevador, deixar o carro em casa e fazer mais coisas a pé, realizar tarefas domésticas, garantir boas noites de sono, são todas atitudes que geram um impacto muito importante na prevenção de doenças cardiovasculares", orienta o Dr. Marcelo José Linhares, médico do corpo clínico do centro de cardiologia com sede em Blumenau.
Para ele, o papel do médico cardiologista é convencer os pacientes a adotar cada vez mais esse estilo de vida saudável.
— Nosso objetivo deve ser fazer cada um deles mudar sua atitude, orientando-os de forma direta, com informações técnicas e úteis para a implementação dessas mudanças — explica o especialista.
A pandemia do novo coronavírus certamente trouxe mais dificuldades. Com academias e clubes fechados, e um justificado receio até mesmo para uma caminhada rápida pelas ruas, ficou mais difícil criar ou manter uma rotina de exercícios físicos.
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— Outra coisa que mudou foi que a pandemia trouxe um maior nível de ansiedade para muitas pessoas, o que faz com que elas consumam mais carboidratos simples, que elevam a glicose no sangue, e frituras, que aumentam o colesterol ruim — constata Linhares. Além disso, o médico observa que esta mesma ansiedade elevou, e muito, o uso de álcool e tabaco.
Diante das trágicas consequências que as doenças cardiovasculares normalmente trazem, é aconselhável não cultivar desculpas e descuidar da saúde do coração.
— Quando não causam morte, essas doenças deixam a pessoa incapacitada para muitas atividades, como no caso de um infarto no miocárdio ou um AVC — alerta Linhares.
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Avaliações anuais, com exames específicos para cada idade, ajudam a manter a fiscalização da saúde cardíaca em dia. Idade, peso e presença de doenças como diabetes ou hipertensão acabam obrigando o paciente a frequentar mais o consultório médico.
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Melhor prevenir
Para manter um check up nota 10 pelo máximo de tempo possível, o ideal é caprichar na dieta (veja lista de dicas abaixo) e deixar a preguiça de lado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um mínimo semanal de 75 minutos de atividade física intensa, ou 150 minutos de atividade física moderada (como caminhadas de 30 minutos, cinco vezes por semana). Em muitos casos, a prática de atividades físicas já acaba trazendo de forma quase imediata outros benefícios essenciais à saúde cardíaca, como redução do estresse e melhora da qualidade do sono, além de auxiliar na redução ou manutenção de peso.
Já o colesterol alto, por exemplo, pode surgir por tendências genéticas ou hereditárias. Mas um dos fatores mais comuns é a dieta, já que 30% do colesterol do organismo humano vêm dos alimentos, segundo o site coracao.org.br, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Fora dos padrões considerados adequados, o colesterol alto pode causar infarto, AVC, trombose, angina e outras doenças.
Para cuidar melhor da sua alimentação, siga as diretrizes básicas da OMS para uma dieta saudável:
– Coma diariamente frutas, legumes e folhas verdes, além de grãos integrais. O ideal é consumir pelo menos 400 gramas diárias de legumes, não considerando batatas e outros legumes com mais amido.
– Consuma no máximo 12 colheres rasas de chá de açúcar por dia (a OMS recomenda, de fato, uma quantidade ideal de no máximo 6 colheres de chá).
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– Menos de 30% do total de calorias ingeridas devem vir de gorduras, e dê sempre preferência às insaturadas (presentes em alimentos como peixes, abacate, nozes e castanhas, e óleos de canola, girassol, soja ou azeite de oliva).
– O brasileiro consome quase 10 gramas de sal por dia. O ideal é usar metade disso, ou menos.