Abraçar uma causa – social, artística ou ambiental, por exemplo – e disponibilizar, voluntariamente, energia e tempo para ajudar o próximo é, para muitas pessoas, uma missão de vida. No entanto, o voluntariado vem ganhando espaço no dia a dia de florianopolitanos “comuns”, pessoas que conciliam as ações em benefício do próximo com atividades cotidianas, como família, trabalho e lazer, criando espaços de troca e de aprendizagem que trazem ganhos para quem pratica, para quem recebe e para a comunidade.
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A crise de sanitária colapsou sistemas de saúde, gerou desemprego e fez com muitas famílias passassem a depender do estado e de outras pessoas para sobreviverem. Em contrapartida, muitos grupos de voluntários foram criados ou ganharam mais força durante o último ano. São pessoas que unem forças e somam capacidades individuais pelo bem-estar coletivo.
– Logo no início da pandemia, lançamos um mapeamento colaborativo que já identificou quase 60 iniciativas de grupos, organizações e movimentos sociais que atuam na ponta, nas comunidades, e estão garantindo acesso à alimentação, produtos de higiene e de limpeza a quem mais precisa. Isso mostra como a sociedade civil organizada consegue se mobilizar e responder rapidamente às necessidades das pessoas mais vulneráveis – afirma Mariane Maier, gerente-executiva do ICOM.
O ICOM (Instituto Comunitário da Grande Florianópolis) desenvolveu quatro estratégias de atuação no começo da pandemia. Duas delas continuam em sendo desenvolvidas pela equipe do Instituto, que faz a ponte entre quem doa e quem recebe: a Linha de Apoio Emergencial – Coronavírus, e o Banco Comunitário. Todo o trabalho do ICOM é feito no sentido de fortalecer as iniciativas da sociedade civil.
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– Acreditamos que com a criação do Banco Comunitário e com a implementação da moeda social nas comunidades vulneráveis é possível fortalecer o protagonismo dos moradores, apoiar os pequenos comércios e reforçar os laços entre todas estas pessoas – explica Mariane Maier.
Conheça o trabalho do Instituto e contribua com as ações
Agricultura urbana e distribuição de alimentos

Coletivo Ka é um grupo de artistas que realiza ações diretas como jardinagem de guerrilha, bibliotecas de sementes, células de mudas e entrega de refeições a população de rua.
– Trabalhamos com as noções de autogestão, apoio mútuo e ação direta. Temos as ações emergenciais, que são as entregas de refeições com alto valor nutritivo à população de rua e a entrega de cestas básicas, legumes, verduras e frutas a famílias em situação de vulnerabilidade e, esporadicamente cobertores, itens de higiene etc. – conta a artista visual Priscila Costa de Oliveira, uma das idealizadoras do Ka.
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Além das ações diretas, como doação de refeições para pessoas em situação de rua, o Coletivo promove debates sobre autonomia alimentar, incentiva a criação de hortas urbanas – comunitárias ou residenciais – promovendo hábitos alimentares mais saudáveis e transformando áreas ociosas.
Os voluntários que se dividem nas ações diretas nas ruas, na construção de hortas e composteiras e no compartilhamento de conhecimentos sobre arte e cultivo, via material de apoio pedagógico disponibilizado gratuitamente a professores da rede pública de ensino. sobretudo em tempos de pandemia.
Para conhecer outras ações e colaborar, acesse o Instagram @coletivo_ka.
Atenção aos animais de estimação de pessoas em vulnerabilidade

O MRSC-Floripa (Moradores de Rua e seus Cães) surgiu em 2020 e para levar mais dignidade e visibilidade às pessoas em situação de rua ou em transição rua-casa. Nas ações de apoio aos moradores e a seus animais de estimação, os voluntários distribuem coleiras e guias, caminhas e cobertores, rações, vermífugos, xampus e antipulgas, e promovem mutirão de vacinação, atendimento veterinário “in loco” e encaminhamento para castração e para atendimento em clínicas, quando necessário. Além da assistência aos tutores desses animais, por meio da Rede com Rua.
– A Rede com a Rua é uma organização formada por mais de 20 grupos da sociedade civil que desenvolvem ações com pessoas em situação de rua das mais variadas formas: alimentação diária, oferta de vestuário e cobertores, kits de higiene, auxílio na transição rua-casa, reinserção no mercado de trabalho, apoio jurídico, controle social da iniciativa pública nas ações que envolvem população em situação de rua e vulneráveis – informa Betânia Cassol, advogada e voluntária MRSC-Floripa.
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Saiba como ajudar pelo Instragram @mrscfloripa.
Inserção de mulheres no mercado de trabalho

A AMMO (Associação de Mulheres Empoderadas do Monte Cristo) foi criada como uma cooperativa de mulheres para fomentar a geração de renda e promover a reinserção de mulheres da comunidade. Atualmente, funciona como um polo de educação de assistência social que promove ações sociais e oferece cursos profissionalizantes de curta duração – como informática, cuidador de idoso, e sustentabilidade criativa – para a comunidade em geral.
– Com a pandemia, passamos a realizar, também, ações emergenciais, como a confecção e distribuição de máscaras de tecido, arrecadação e distribuição de cestas básicas e refeições. Somente em 2020, foram oferecidas 18 oficinas de capacitação para mulheres – afirma Jaqueline de Sousa Ribeiro, funcionária pública, voluntária da AMMO.
Para realizar cursos e demais ações, a Associação conta com o trabalho de voluntários e com a parceria da sociedade civil. Veja como ajudar no Instagram @associacaomulheres
As voluntárias destacam que o voluntariado não deve ser encarado como caridade, e sim como troca, como ações de intercâmbio, de apoio mútuo que têm em vista o bem comum.
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