Dez casamentos de detentos são celebrados no mesmo dia em que a Penitenciária Industrial de Jucemar Cesconetto completa dez anos, em Joinville. Esta sexta-feira é dia de comemoração da manhã à noite. A primeira celebração ficou por conta dos governos municipal e estadual. A segunda será custeada pelos próprios apenados. A penitenciária joinvilense é referência porque apenas 23% dos presos voltam a cometer crimes quando deixam o cárcere.

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– Faz parte da cidadania – justifica o diretor da penitenciária Harrison Chagas, ao se referir ao casamento coletivo e afirmar que segue a orientação de reintegrar criando oportunidades dentro do sistema prisional.

Na época em que foi construída, como mais uma das marcas deixadas por Luiz Henrique da Silveira, a penitenciária representou, de acordo com o diretor, um investimento de R$ 6 milhões. Ivete Appel da Silveira, esposa de LHS, recebeu homenagem de autoridades durante a manhã.

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O prédio que completa uma década tem 12 mil metros quadrados. O modelo de gerenciamento e as atividades promovidas são o diferencial da penitenciária joinvilense. Administrada em cogestão, com investimentos de R$ 2,2 milhões mensais do Estado e gerenciada pela iniciativa privada. São Cristóvão e Criciúma seguem modelo semelhante.

– É bom? É. Dá menos trabalho? Dá – comenta a secretária de justiça e cidadania Ada de Luca, sobre o modelo que vem se tornado alternativa Brasil afora.

Ela garante que, de nada adianta a cogestão se a diretoria não ajuda, porque “é a cara do gestor”. Em Joinville, preso que trabalha ganha salário: manda 75% do que recebe para família e o restante fica investido na estrutura da penitenciária. Autalmente, Jonville tem 646 detentos, 156 deles estão no regime semiaberto. Trabalhar ajuda a reduzir a pena, além de ser uma forma de profissionalizar aqueles que somente conheciam o crime como modo de sobrevivência.

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Além das obras no presídio, que fica ao lado da penitenciária, todo o complexo prisional deve receber o investimento de R$ 2,9 milhões. O dinheiro será usado para a construção de uma estação de tratamento de esgoto e reutilização da água. Duas empresas já visitaram as instalações. Além disso, mais uma penitenciária feminina deve ser construída nos próximos anos.

Matrimônio no pátio

A mesma banda formada por detentos que tocou durante a manhã de celebração dos dez anos da penitenciária animará o casamento coletivo. Em 1h30 os detentos trocam votos de fidelidade, ao som da Acordes para a liberdade, que já tinha um baixista emocionado durante a cerimônia de aniversário. O choro pode ganhar a adesão de mais cem convidados, já que cada detento pode chamar até dez pessoas para a cerimônia.

O pátio interno foi decorado para esquecer a prisão e lembrar do casamento, que é o segundo celebrado dentro da penitenciária. O primeiro foi em outubro de 2014. Além da combinação terno-gravata e véu-grinalda, haverá festa no pátio, custeada pelos próprios detentos com o trabalho que exercem dentro da penitenciária.

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