Acima de tudo, é uma questão de consciência sobre o uso dos recursos naturais. Procedimentos simples, e individuais, podem ser extremamente úteis para a coletividade.

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O calor prolongado e a falta de chuvas têm colocado em alerta o sistema de abastecimento de água em Santa Catarina. Pelo menos seis fontes de captação monitoradas pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) estão com níveis cerca de 40% abaixo do normal, e a possibilidade de rodízio no fornecimento de água não é afastada pelo poder público caso o volume dos mananciais continue baixando de forma preocupante.

Em todo o Estado, a população vem enfrentando problemas no dia a dia, com situação mais alarmante nos municípios litorâneos, que registram naturalmente um aumento expressivo do consumo em função dos visitantes recebidos desde o início da temporada de verão. Mesmo considerando que a situação é decorrente, em boa parte, da falta de um planejamento eficiente e de longo prazo do poder público nos últimos anos, é inegável que neste momento a sociedade pode contribuir. Sem deixar, obviamente, de continuar cobrando políticas públicas dos governantes que garantam o abastecimento em qualquer época do ano e sob quaisquer circunstâncias, o cidadão tem o dever de adotar práticas responsáveis no cotidiano.

É uma questão, acima de tudo, de consciência sobre o uso dos recursos naturais. Procedimentos simples e individuais podem ser extremamente úteis para a coletividade. Evitar banhos demorados e manter o registro fechado ao se ensaboar podem significar, por exemplo, uma economia de 90 litros (casa) a 162 litros (apartamento). Outras dicas que fazem a diferença são fechar bem a torneira e usar regador para molhar as plantas em vez de uma mangueira.

Usar a máquina de lavar roupas somente quando estiver na capacidade total, evitar usar água para descongelar alimentos e não lavar o carro durante a estiagem são outras recomendações para cada um fazer a sua parte neste momento de contenção. Enfim, além de exigir seus direitos, o cidadão deve colaborar e perceber que toda ação pessoal tem reflexos importantes, muito mais do que imaginamos, para o futuro das nossas cidades.

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Dito isso, vale reforçar por fim a responsabilidade da Casan – que atende 200 municípios no Estado – e das prefeituras que puxaram para si a administração do abastecimento de água. Que façam planos não imediatistas, que sejam profissionais e contemplem situações emergenciais como a que vivemos atualmente.