Pelo menos 2,5 mil m² de vegetação foram atingidos pelo incêndio no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, na Grande Florianópolis, conforme estimativa inicial do Corpo de Bombeiros Militar — a área pode aumentar após avaliação no local. O trabalho de combate às chamas completou 24 horas na manhã desta quarta-feira (11). O fogo começou na manhã de terça, na área localizada entre a praia da Pinheira, em Palhoça, e a BR-101.
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Ainda há focos de incêndio na Baixada do Maciambu, local onde fica a sede do Parque, de acordo com o 1° tenente e chefe da comunicação social do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Ian Triska.
Por isso, uma força tarefa foi acionada e os bombeiros trabalharão ao longo desta quarta-feira. Durante a manhã, 30 bombeiros trabalham no local. Equipes atuam no helicóptero Arcanjo, com auxílio de bambi bucket (balde suspenso ao helicóptero), e em terra, com batedores e abafadores, nos locais em que é possível ter acesso.
O Instituto do Meio Ambiente (IMA), órgão responsável pela unidade de conservação, afirmou que é discutida a possibilidade de abrir acessos em meio à mata para que os bombeiros consigam chegar mais perto do fogo.
O IMA disse ainda que serão planejadas ações para recuperar a área atingida. Equipes do órgão tem auxiliado no controle do incêndio e, neste momento, o foco é eliminar todos os focos do incêndio, segundo o IMA. É a segunda unidade de conservação ambiental atingida por incêndio na Grande Florianópolis em um intervalo de 18 dias.
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O Parque da Serra do Tabuleiro abrange áreas dos municípios de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes, reunindo 84.130 hectares. Também fazem parte do Parque as ilhas do Siriú, dos Cardos, do Largo, do Andrade e do Coral, e os arquipélagos das Três Irmãs e Moleques do Sul.
O prefeito de Palhoça, Camilo Martins, decretou situação de emergência no município por causa do incêndio.
Casas não foram atingidas pelas chamas
O incêndio não chegou até as casas localizadas próximas ao Parque. Mesmo assim, pessoas que moram ao redor da área precisaram deixar o local momentaneamente por segurança, mas puderam retornar em seguida. Durante a madrugada desta quarta, os bombeiros estiveram monitorando a situação.
— Durante o dia a gente combateu a mata mais fechada, mas à noite a prioridade foi proteger as residências — afirmou o tenente Wagner Januário Cardeal.
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IGP irá investigar as causas do incêndio
Ainda não há informações sobre como o fogo teria começado. O governador Carlos Moisés afirmou em seu perfil pessoal no Twitter que a causa do incêndio será investigada. "[O Instituto Geral de Perícias (IGP)] vai investigar origem do incêndio. Todas as forças de segurança continuam ativas nesta missão", disse Moisés na rede social.
O capitão João Hélio Schneider, da Polícia Militar Ambiental, afirma que a principal suspeita é que o fogo tenha sido usado para “limpar” o terreno para expansão imobiliária irregular. De acordo com ele, a polícia irá auxiliar o IGP na apuração do que teria causado o fogo.
— Há indícios de que seja um incêndio intencional devido à expansão imobiliária, à limpeza de terreno para realização de lotes irregulares, essa seria a principal suspeita. Já foi feito um boletim de ocorrência para dar prosseguimento à investigação — informou Schneider.
No dia 24 de agosto, o Parque do Rio Vermelho, localizado em Florianópolis, também foi atingido por um incêndio de grandes proporções. Pelo menos cinco hectares da unidade de conservação foram queimados pelos fogo.
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Dias depois, um objeto semelhante a um rojão e uma tocha foram encontrados na área queimada, conforme informado pelo segundo o tenente-coronel Diogo Bahia Losso, do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar da Capital, indícios que apontaram para um possível incêndio intencional.
— Tudo leva a crer que o incêndio teve origem humana: o fato de haver inicialmente três focos distintos, e também porque, embora o clima esteja favorável para a propagação do fogo, nós não temos condições em Santa Catarina para incêndios espontâneos. Agora, resta saber se ele foi acidental ou intencional. Como encontramos indícios, supomos que tenha sido intencional — comentou o tenente-coronel na ocasião.
Na manhã desta quarta, o tenente Cardeal disse que neste primeiro momento o foco é combater as chamas e evitar que elas cheguem às casas.
— Não foi encontrado [indícios de incêndio criminoso]. A gente vê entulhos na beira da vegetação. É possível que tenha sido algo, não sei se criminoso, mas pelo menos acidental, causado pela ação humana. Mas ainda não é certo afirmar algo — completou.
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