Exageramos ao repercutir a decepção de Neymar. Aumentamos, dramatizamos, mas sua dor foi real. Houve quem perguntasse o motivo do rebuliço com a tristeza de um milionário, enquanto há quem morra de fome no mundo. Eram os velhos críticos do futebol, que repetem expressões jurássicas como “ópio do povo”.

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Não entendem a magnitude da competição para um competidor, e como a dor de não poder tentar supera, em muito, a de tentar e não conseguir. O brasileiro médio, ao testemunhar o massacre alemão, pôde experimentar a diferença. Antes de começarmos a torcer, de tentarmos empurrar a gritos os coadjuvantes sem estrela, acabou.

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A cada gol alemão, esfarelava-se a catarse coletiva da Copa. Os lindos estádios, os aeroportos que funcionaram (ao menos parcialmente), os elogios que vieram de fora, a celebração dos povos, os jogos cheios de gols. A Seleção que avançava, ainda que claudicante. E por que não, a comoção com o drama da principal estrela brasileira.

Vamos precisar de algum pequeno milagre para recuperar esse estado de euforia. Talvez vencer uma rival histórica como a Argentina na decisão de terceiro lugar seja suficiente. Mas talvez sirva a simples possibilidade de competir – ou, no nosso caso, torcer.

Que tenhamos, no mínimo, a chance de gritar até o fim, de roer unhas e sentir a pele tremer de nervosismo. Que possamos alimentar, durante 90 ou 120 minutos, a ilusão de que essa loucura faz alguma diferença. Porque perder antes disso dói demais.

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