José Henkel (MDB), mais conhecido como “Pelé”, assumiu a vaga de vereador na Câmara de Joinville na manhã desta sexta-feira (22). Ele vai ocupar a cadeira que era de Mauricinho Soares (MDB), afastado do mandato após ser preso suspeito de participar de casos de corrupção no Detran. 

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Pelé era o segundo suplente do partido e já foi vereador na legislatura anterior. Ele tem 55 anos e já foi eleito vereador na eleição de 2016, com 3.415 votos. Ele ocupou a cadeira entre 2017 e 2020, quando ingressou efetivamente na carreira política.

Morador do bairro Comasa há 35 anos, atualmente atua como secretário parlamentar do deputado estadual Fernando Krelling (MDB), na Assembléia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Após entregar todos os documentos, Pelé fez o juramento para ocupar o cargo no parlamento. 

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— É uma satisfação poder contribuir com a sociedade. Desejo trabalhar de forma séria e honesta como sempre fiz e ajudar as pessoas fazendo o que estiver ao meu alcance — disse. 

Com a suspensão, Mauricinho está proibido de comparecer nas atividades da Câmara, além de não ter mais direito ao salário enquanto durar a decisão da Casa

Por que Mauricinho está preso

Mauricinho foi preso Operação Profusão, quando foi abordado na chegada à Câmara de Vereadores. Ele é investigado por suspeita de participação em um esquema de fraudes no Detran de Joinville.

De acordo com o delegado Pedro Alves, da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Decor), o papel de Mauricinho no grupo era o de cooptar motoristas com CNHs suspensas que tinham interesse em zerar multas das carteiras de habilitação de forma ilícita. Para executar o serviço, se utilizava do cargo público, influência política e livre acesso ao órgão.

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— Essa organização não tinha, necessariamente, uma pessoa que era o cabeça, mas eles atuavam em articulação. Cada um tinha um papel pré-definido e o dele [Mauricinho Soares] era relevante no sentido de trazer um volume bem grande de condutores para poder ter essa liberação de penalidade feita de forma indevida. Ele levava o condutor do veículo, o nome e a documentação até o agente do Detran e, com esses dados, o agente fazia a inserção no sistema com as informações falsas — explicou o delegado, em coletiva de imprensa na segunda-feira.

— Ele era conhecido por ter trânsito fácil no Detran. Tratava as coisas de maneira mais célere, conhecia a rotina administrativa do órgão e, no meio do caminho, acabou cometendo esses crimes – complementou Rafaello Ross, delegado regional de Joinville.

Até o momento, quatro pessoas foram presas nas duas fases da Operação Profusão. Os envolvidos são investigados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e organização criminosa.

A suspeita é de que Mauricinho recebia parte do valor do esquema, mas repassava a maioria para os agentes do Detran que faziam parte do grupo. O vereador pode responder por corrupção ativa, já os envolvidos ligados diretamente ao órgão de trânsito por corrupção passava.

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