A organização da Copa das Confederações não agradou ao rei do futebol. O ex-jogador Pelé se disse “assustado” com a estrutura e criticou o superfaturamento na construção de estádios. No entanto, ele voltou a separar os problemas políticos do futebol e fez um apelo para que a população evite manifestações antes e durante a Copa do Mundo de 2014. Segundo o Rei, “agora não adianta mais demolir os estádios”.
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– Uma das coisas que me assustaram e está assustando é a estrutura. Mas o que falei e fui mal entendido por quem estava fazendo as passeatas, é que a gente lutou para fazer uma Copa do Mundo no Brasil. Infelizmente, o problema de corrupção, da política, não tem nada a ver com o futebol. Vamos proteger o futebol. Vamos esperar a Copa do Mundo para ver se a gente, pelo menos, aproveita essa oportunidade para trazer promoção para o Brasil, turismo, dinheiro – disse Pelé, em visita a uma escolinha de futebol em Nova York (EUA), durante evento da Gillette, um de seus patrocinadores.
Na última quarta, Pelé relembrou da dor que seu pai e ele tiveram com a perda da Copa de 1950 no Brasil, após a derrota para o Uruguai no Maracanã:
– Queria dar um recado para os mais jovens que não sofreram muito com futebol. Quando teve a Copa do Mundo de 50, meu pai, Dondinho, jogava em um time de Bauru e eu tinha sete para oito anos. O Brasil perdeu a primeira Copa, vi o meu pai chorando, todo mundo triste em casa, numa reunião em Bauru. Não quero o meu filho chorando ou que ele me veja chorando nessa próxima Copa.
Antes da Copa das Confederações, Pelé não acreditava que a Seleção Brasileira estivesse pronta para conquistar o torneio. Após o título, com vitórias convincentes sobre Itália e Espanha, por exemplo, o ex-jogador já se mostra mais confiante. O Rei, que havia criticado o trabalho de Mano Menezes, dizendo que em dois anos a Seleção não tinha uma base, agora elogia Luiz Felipe Scolari.
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– No início, pela falta de tempo de treinamento, não sabia quais os jogadores seriam chamados. Jogadores bons nós temos em todas as partes do mundo, mas não tínhamos uma equipe montada. Acho que agora o Parreira e o Felipão já têm uma ideia de equipe montada. Se tiver que fazer uma ou duas alterações por contusão ou questão técnica, tudo bem. Agora temos uma equipe. Mas temos que entender que uma Copa do Mundo não é um torneio rápido, de 15 dias (como a Copa das Confederações), muitas seleções já virão bem montadas. O que deixa feliz é que agora temos uma equipe montada. Isso é 60% de uma equipe – analisou.