"Dá vontade de chorar".

"Tristeza, amargura, e até frustração".

"É desanimador".

Da primeira frase, dita pelo prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), até a segunda, do secretário de Saúde, Winnetou Krambeck, foram apenas 23 dias. Pouco mais de três semanas entre os primeiros flagras de desrespeito às orientações das autoridades de saúde e toda a repercussão que colocou a cidade nas manchetes de jornais pelo Brasil — e até pelo mundo — por conta do novo coronavírus.

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As três situações foram em contextos diferentes. No primeiro, em 13 de abril, Hildebrandt elevou o tom contra os idosos andando pela cidade desprotegidos e como se não houvesse pandemia. Na época, Blumenau tinha 71 casos confirmados do novo coronavírus e o Estado — então com 21 mortes — havia recém-prorrogado o decreto de restrições das atividades.

O segundo foi logo após a reabertura do Neumarkt Shopping e que colocou o nome da cidade em destaque pelo país e em alguns dos principais jornais do planeta, como o The New York Times (EUA) e o Daily Mail (Reino Unido). Embora, conforme especialistas, a aglomeração e o saxofone tenham sido apenas um exemplo do afrouxamento do isolamento — e não uma causa direta pelo aumento de pacientes infectados em Blumenau —, o fato foi criticado pelo prefeito.

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O último, no início dessa semana, foi protagonizado pelo secretário de Saúde, Winnetou Krambeck em outro contexto. Se na primeira ocasião a revolta da prefeitura tinha como alvo as pessoas que têm mais de 60 anos, dessa vez a crítica era geral. Embora em Blumenau seja obrigatório utilizar máscaras nas ruas, conforme decreto, flagrantes de desrespeito fizeram Krambeck se dizer "desanimado".

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Leia também: "É desanimador", diz secretário de Saúde de Blumenau sobre pessoas sem máscaras nas ruas

Entre o primeiro caso confirmado de Covid-19 e a primeira morte no município foram 46 dias. Até terça-feira (5), Blumenau era a maior cidade de SC sem registro de óbitos pela doença causada pelo novo coronavírus. No total, até quinta-feira (7) eram 279 pacientes infectados.

A prefeitura, inclusive, confirmou a contratação de 57 novos profissionais de saúde — 17 médicos, 19 enfermeiros e 18 técnicos de enfermagem. Desde o início da pandemia, a cidade já contratou 130 profissionais admitidos para ajudar no atendimento à população.