Pela primeira vez na ExpoGestão, executivo explica por que o McDonald’s virou Méqui

O primeiro dia da 21ª edição da ExpoGestão de Joinville foi de corredores movimentados e salas lotadas. Entre palestras e painéis, o público presente pôde acompanhar discussões sobre varejo, marketing e novas tecnologias voltadas ao mundo do empreendedorismo. Antes da primeira apresentação, o evento teve uma solenidade de abertura que contou com a fala do governador Jorginho Mello (PL), do prefeito Adriano Silva (Novo) e demais autoridades.

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João Branco, o executivo que transformou o McDonald’s em Méqui no Brasil, foi o primeiro a palestrar. De forma descontraída, Branco falou sobre os desafios que teve à época em que atuava na marca a fim de inspirar empreendedores e também destacou a importância de conhecer bem o cliente e direcionar os esforços para se comunicar com ele de forma personalizada.

— Atingir resultados e colocar o cliente no centro. Sempre lembrando que tem uma pessoa do outro lado, que cada cliente tem uma história, tem uma dor, tem uma necessidade, e precisa de um tipo de ajuda diferente. Ao você servir um cliente, ao você se importar com aquela pessoa, você não só vai atingir um resultado de vendas muito bom, mas você vai encher o seu coração de uma coisa diferente também, por estar ajudando alguém, estar entregando algo, por fazer a diferença na vida do outro — destacou em entrevista ao A Notícia.

Abertura da ExpoGestão em Joinville tem fala de Jorginho e destaque para empreendedorismo

O executivo disse que notou que mudança de nome do McDonald’s seria necessária justamente para atender a uma necessidade, visto que a concorrência estava crescendo e os números de mercado não se mostravam como o esperado.

O resultado foi “muito bom”, segundo ele, mas inovar nem sempre é uma tarefa fácil e exige determinação para lidar com as possíveis barreiras que podem surgir. A dica dada por Branco é que se faça com cuidado e consciência para que as empresas estejam preparadas para os resultados que virão.

— Mas chegamos em um ponto que precisávamos desta mudança. Ainda que a empresa sempre tivesse resultados positivos, ela nunca caiu, a gente viu outros concorrentes crescerem muito mais rápido. Então, tinha alguma coisa ali que a gente não tava fazendo tão bem para os nossos clientes quanto esses concorrentes, e a gente entendeu que a gente só vai mudar. A gente ouviu muitos clientes e também usou o melhor da ciência e da arte, do marketing pra fazer isso. Você faz testes, você pesquisa, você aprimora as coisas pra não fazer uma mudança drástica. Não dá para mudar o logotipo do nada, porque é capaz de se jogar no lixo tudo que você construiu até agora — destacou.

Participando pela primeira vez da ExpoGestão, Branco frisou a importância de eventos como esses, que podem ser oportunidades únicas para inspirar, aprender e se preparar para o futuro, além de proporcionar a troca de experiências com pessoas que vivem os mesmos desafios.

— O objetivo é sair daqui com o coração um pouco diferente. Aproveita a ExpoGestão quem sai daqui diferente do que entrou. E eu vou fazer a minha contribuição e tentar deixar uma sementinha no coração dessas pessoas.

O futuro do varejo

A pandemia de Covid-19 afetou muito o varejo, mudando o comportamento do consumidor. Para enfrentar os desafios, o setor conta com armas conhecidas: inovação, estratégia, tendências de mercado, marketing. No painel Futuro do Varejo, três especialistas mostraram o que suas corporações estão utilizando como estratégia.

Veja programação completa da ExpoGestão 2023

A apresentação teve as falas de Rodrigo Maingué, business director da Nestlé Professional Brazil; Fernando Mazzarollo, vice-presidente da Zé Delivery; e Jean Carlo Klaumann, CEO da Neogrid.

Da mesa dos nerds à mesa dos CEOs

David Espindola, empresário, estrategista e consultor de tecnologia digital, apresentou à plateia da ExpoGestão dados e informações que mostram como as tecnologias emergentes estão transformando o mundo dos negócios, o trabalho e a sociedade.

As mudanças estão acontecendo de forma exponencial. “A cada dois anos, dobra-se o número de transmissores em um microchip, por exemplo. Hoje, já existem microchips com 50 milhões de transmissores”, explicou.

Espindola resgatou alguns marcos históricos, como a capa da revista Forbes de 2007 que apresentava a Nokia e sua marca de R$ 1 bilhão de clientes e a pergunta: “Alguém alcançará o rei do celular?”. No mesmo ano, Steve Jobs anunciava o iPhone. As mudanças são cada vez mais intensas e quem não muda, tende a desaparecer.

Objetivo é bom, mas a jornada é mais importante

Pintor de cercas, office boy, faz-tudo, contador, bancário, diretor de indústria, executivo-chefe, conselheiro. Desde os 12 anos de idade, essa foi a trajetória de Vicente Donini, empresário de Jaraguá do Sul, ex-presidente da Marisol e atual presidente da Santinvest e da Vinícola Vivalti.

Em sua palestra na Expogestão 2023, Donini destacou algumas crenças de sua vida profissional: “Ter um norte, um objetivo, é importante; porém, mais importante ainda é a jornada, os erros, o aprendizado e as pessoas que te ajudaram”.

A ExpoGestão prossegue nesta quarta-feira (28/06) com as palestras de Maílson da Nobrega e de Barbara Borra e com os painéis O Futuro da Indústria e o Futuro da Energia.

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