O governo japonês reconheceu nesta terça-feira, pela primeira vez, que um ex-funcionário da central nuclear de Fukushima tem leucemia em consequência das radiações provocadas pelo acidente nuclear de março de 2011.

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Outros operários da central de Fukushima Daiichi, nordeste do Japão, gravemente afetada pelo tsunami de 2011, sofrem de câncer, mas esta é a primeira vez que o ministério japonês da Saúde reconhece oficialmente uma relação de causa e efeito entre as radiações e a doença.

Japão reinicia primeiro reator nuclear após quatro anos de Fukushima

– Este caso cumpre com as condições para que seja reconhecido – afirmou um funcionário do ministério da Saúde.

O operário de 30 anos trabalhou de outubro de 2012 a dezembro de 2013 na central de Fukushima Daiichi, informaram as autoridades. Outros três casos estão sendo examinados, segundo o ministério, que já havia rejeitado reclamações similares de ex-trabalhadores da central nuclear.

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Relembre o caso

Três dos seis reatores do local entraram em fusão poucas horas depois do maremoto que devastou a costa nordeste do Japão há quatro anos e meio. Depois, foram registradas explosões de hidrogênio que destruíram vários pontos da central, o que provocou o vazamento de elementos radioativos.

Milhares de trabalhadores atuaram em rodízio para retomar o controle das instalações e implantar os meios para resfriar os reatores, além de retirar os escombros contaminados e preparar o desmantelamento.

Oficialmente, ninguém morreu em consequência da exposição às radiações depois da catástrofe de Fukushima, o mais grave desastre nuclear civil no mundo depois da explosão de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

O caso reconhecido nesta terça-feira é o primeiro que envolve o acidente de Fukushima, mas no passado os diagnósticos de câncer de 13 trabalhadores do setor nuclear (não envolvidos nas obras do local) foram atribuídos à exposição às radiações.

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* AFP