O senador Pedro Simon (RS), um dos fundadores do PMDB, disse hoje, em entrevista à Agência Estado, ser contra a volta do líder do seu partido, Renan Calheiros (AL), à Presidência do Senado, a partir de fevereiro. Para Simon, não seria a hora de um nome como o dele comandar o Congresso. Renan renunciou ao cargo em 2007 para evitar a cassação do mandato em plenário, depois de denúncias de ter patrimônio maior do que o declarado.
Continua depois da publicidade
Simon, que disse não querer entrar em um confronto com Renan, defendeu que os senadores independentes e a oposição lancem uma única candidatura para se contrapor à do líder peemedebista. Para ele, um só nome na disputa “galvaniza os esforços”. O PSDB rechaça apoiar o senador do PSOL Randolfe Rodrigues (AP) e tem insuflado o nome do senador do PDT Pedro Taques (MT).
O senador gaúcho disse que uma eventual crise política poderia ser evitada se os pares escolherem um presidente que “representasse a tranquilidade, as modificações que devem ser feitas e precisam ser feitas”.
– Eu acho que o Congresso tinha de achar um nome. O Renan já foi presidente do Senado e em meio a um processo de cassação ele renunciou à Presidência para não ser cassado. Não seria a hora de um nome como o dele. Seria o momento de o PMDB apresentar um nome que integrasse todo mundo. Se for ele, eu não voto nele – afirmou.
Para Simon, “é muito claro que ninguém quer fazer um movimento de oposição ao governo federal, de oposição à presidente Dilma Rousseff”.
Continua depois da publicidade
– O que se quer, dentro do possível, é fazer um movimento de Congresso revigorado. O manifesto do Cristovam Buarque é uma proposta muito clara de mudança – afirmou, referindo-se ao documento divulgado na terça-feira, que cobra uma série de mudanças legislativas e administrativas no funcionamento do Senado.
O senador do PMDB disse que enquanto o Supremo Tribunal Federal vem se consolidando como um importante poder da República o Congresso não cumpre seu papel de fazer as “leis fundamentais” que o País precisa, como as reformas política e tributária. Ele disse que falta autoridade ao Legislativo ao criticar o Judiciário quando atua em vácuos deixados pelo Congresso.
– Quando o Supremo regulamentou que perde o mandato o parlamentar que muda de partido, tomou uma atitude que era nossa. Nós perdemos a autoridade de fazer – afirmou.