Os vereadores eleitos de Blumenau gastaram, em média, R$ 6,26 por cada voto conquistado na campanha deste ano. A coluna fez a conta a partir da divisão das despesas dos candidatos pelo número de votos recebidos.

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:: Leia mais informações de Pedro Machado

Os gastos foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e estão disponíveis para consulta no site do tribunal. O prazo para a entrega da prestação de contas do primeiro turno terminou terça-feira. Nem todos enviaram os relatórios definitivos em tempo, por isso a comparação foi feita com os registros já computados.

Uma dos novos nomes da próxima legislatura, Alexandre Matias (PSDB) somou despesas de R$ 60,2 mil e fez 2.887 votos. É como se cada voto tivesse custado R$ 20,88, o maior valor entre os 15 parlamentares eleitos. O mais econômico foi o professor Gilson de Souza (PSD), outro estreante no Legislativo. Com uma campanha simples e focada nas redes sociais, desembolsou R$ 1,6 mil e alcançou 2.615 votos, média de apenas R$ 0,61 por voto.

O levantamento revela que injetar muito dinheiro na campanha – seja com criação de jingles ou impressão de materiais gráficos, entre outras estratégias de divulgação – nem sempre é garantia de sucesso nas urnas. Que o digam cinco de seis vereadores que não voltarão em 2017: Fábio Fiedler (PSD, R$ 26,55 por voto), Robinho Soares (PR, R$ 17,94 ), Vanderlei de Oliveira (PT, R$ 12,40), Jefferson Forest (PT, R$ 9,39) e Cézar Cim (PP, R$ 7,29) gastaram proporcionalmente mais do que os eleitos. Da atual Câmara, só Beto Tribess (PSDB, R$ 3,31) ficou abaixo da média de R$ 6,26.

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Também teve quem apostou muitas fichas na eleição e acabou ficando de fora. É o caso de Rodrigo Hahne (PRB). Dono da mais cara campanha a vereador, com despesas de R$ 94.646,57 – o teto era de R$110.357,69 -, ele fez 1.073 votos. Neste caso, para cada voto, foram desembolsados R$ 88,20.

Multiplicadores

As três campanhas vitoriosas com a melhor proporção entre despesa e voto têm vários pontos em comum. Além de Gilson de Souza (PSD), estão nesta lista Ricardo Alba (PP, R$ 1,80 por voto) e Bruno Cunha (PSB, R$ 2,20). Os três são novatos na política, ocuparão a partir de 2017 um cargo eletivo pela primeira vez e souberam aproveitar bem as redes sociais. Também apostaram nos chamados multiplicadores de ideias.

Em vez de cabos eleitorais pagos, o trio teve o apoio de pessoas que abraçaram e disseminaram suas propostas por acreditarem na campanha, sem garantia de benefícios pessoais. Um fenômeno que tende a aumentar em função da restrição de dinheiro nas campanhas e da urgente necessidade da busca de uma nova e mais saudável forma de se fazer política.

Outro fator a se considerar: certamente pesou no resultado expressivo o fato de os três serem professores. O contato com as diversas pessoas que passam pelas salas de aula ajuda a criar uma rede mais ampla de contatos, facilitando a profusão de ideias.

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