Representantes da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e empresários do Vale oficializaram, em encontro realizado na noite desta segunda-feira, a elaboração de uma lista de ações estratégicas para aumentar a competitividade industrial da região.
Continua depois da publicidade
:: Leia mais notícias do colunista Pedro Machado
As medidas serão incorporadas à Agenda de Desenvolvimento da Indústria Regional, documento elaborado pela entidade que reúne as principais reivindicações do setor em todo o Estado. Blumenau abriu a série de eventos que discutem estratégias para alavancar a atividade. Há programação prevista, também, em Florianópolis, Joinville, Criciúma, Chapecó e Lages, municípios que representam as demais regiões catarinenses.
As quase 70 ações estão agrupadas em sete tópicos: capital humano, infraestrutura, inovação e empreendedorismo, internacionalização, investimento e política pública, mercado e saúde e segurança (veja a lista completa abaixo). Algumas delas são antigas e óbvias – como a duplicação da BR-470 – enquanto outras são mais específicas. Chama a atenção a preocupação com a formação, a qualificação e a produtividade da mão de obra industrial.
Com a agenda regional a Fiesc vai dar início à fase do masterplan (plano mestre), previsto no Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC). O PDIC identificou os 16 setores econômicos com maior potencial no Estado. No Vale, nenhuma das medidas reivindicadas é exatamente uma novidade. Sabemos das nossas vocações e o que nos impede de crescer mais. O maior desafio é garantir a mobilização necessária para que as coisas saiam do papel e aconteçam.
Continua depois da publicidade
Ações prioritárias da Agenda:
CAPITAL HUMANO
1. Ampliar a oferta de cursos técnicos e de qualificação com grade adequada às demandas específicas da região;
2. Readequar a grade curricular nos diversos níveis de ensino para melhor atender as demandas da indústria;
3. Estimular o treinamento, a capacitação e a formação continuada dentro da empresa, bem como garantir a valorização do funcionário qualificado;
4. Incentivar a qualificação profissional e a capacitação de gestores em cursos de marketing em áreas afins;
Continua depois da publicidade
5. Atrair e reter mestres e doutores na indústria, assim como estruturar redes de cooperação para inovação entre academia, indústria e sociedade;
6. Criar estratégias para atração e retenção de talentos;
7. Criar mecanismos para facilitar a inserção do jovem no mercado de trabalho.
INFRAESTRUTURA
8. Elaborar um programa de investimentos para a manutenção das rodovias estaduais na região do Vale do Itajaí;
9. Elaborar plano aeroviário do Estado contemplando a região;
10. Fomentar linhas de crédito e de financiamento público específicas para a melhoria e expansão da infraestrutura e logística;
11. Realizar levantamento detalhado para identificar os gargalos logísticos e de infraestrutura e traçar estratégias para tratar os pontos críticos identificados;
Continua depois da publicidade
12. Duplicar a BR-470 no trecho de Navegantes, acesso a Gaspar, assim como os entroncamentos para as SCs 416 e 418;
13. Realizar obra do viaduto de acesso ao município de Lontras na BR-470;
14. Concluir a primeira e iniciar a segunda etapa de construção da Via Expressa Portuária de acesso ao Porto de Itajaí;
15. Realizar obra do anel rodoviário na área urbana de Gaspar;
16. Elaborar projeto de melhorias da SC-412 (Antiga SC 470);
17. Fortalecer o programa Crema (Conservação, Recuperação e Manutenção), para que sejam realizadas obras de conservação, recuperação e manutenção da BR-470 no trecho Indaial – entroncamento BR-116/SC.
18. Realizar dragagem de manutenção dos canais interno e externo da bacia de evolução do Complexo Portuário do Rio Itajaí;
Continua depois da publicidade
19. Realizar obras da nova bacia de evolução (530m) para atender aos novos navios com 366m de comprimento no Complexo Portuário do Rio Itajaí
20. Ampliar a área primária do Porto de Itajaí, com o objetivo de compatibilizar os espaços físicos para atender os novos de 366m de comprimento
21. Realizar estudo de potencial hidroviário da região do Vale do Itajaí;
22. Ampliar a pista de pouso e decolagem do Aeroporto de Navegantes;
23. Construir um novo terminal de passageiros do Aeroporto de Navegantes
24. Concluir o projeto e iniciar a construção do trecho ferroviário – Ferrovia Litorânea, Imbituba-Araquari, com 235,6km
25. Dar continuidade ao projeto para construção do trecho ferroviário Leste-Oeste
INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
26. Simplificar o processo de registro de patentes e incentivar o desenvolvimento tecnológico local;
27. Promover a integração entre indústria, governo e academia para o desenvolvimento de estratégias inovativas, ações empreendedoras e expansão do mercado;
Continua depois da publicidade
28. Alinhar PD&I com as vocações da produção regional e incentivar a cultura da inovação;
29. Ampliar e fortalecer os institutos de pesquisa tecnológica por meio de investimentos públicos e privados;
30. Articular junto às agências de fomento o direcionamento de editais e fundos compartilhados para financiamento de PD&I voltados à indústria;
31. Estabelecer parcerias estratégicas entre empresas para criação de centros de pesquisa e tecnologia focados em atender demandas da região;
32. Fomentar a criação de modelos de gestão por competência e a capacitação de gestores para impulsionar o processo de empreendedorismo e inovação;
Continua depois da publicidade
33. Criar comitês de inovação setoriais e regionais;
34. Criar sistema de divulgação (eventos, feiras e ações) das inovações tecnológicas.
INTERNACIONALIZAÇÃO
35. Minimizar os obstáculos externos às exportações, como custo de transporte e burocracia tributária, alfandegária e aduaneira;
36. Promover ações de marketing internacional e de capacitação voltadas ao incremento de indústrias a mercados promissores;
37. Oferecer serviços de consultoria para orientar as indústrias exportadoras na adequação de seus produtos para exportação;
38. Pleitear a incorporação de acordos preferenciais de comércio como elemento central da política comercial brasileira;
Continua depois da publicidade
39. Considerar o Plano Nacional de Exportações (PNCE) como um canal de diálogo com o governo federal, com ênfase na facilitação de comércio.
40. Aproximar as indústrias exportadoras ou importadoras catarinenses das ações da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc;
41. Realizar parcerias internacionais para capacitação profissional e promover intercâmbio entre instituições de ensino e pesquisa com universidades internacionais referências em PD&I;
42. Incentivar a participação das indústrias em eventos internacionais contribuindo para aumentar visibilidade do Estado no cenário mundial;
Continua depois da publicidade
43. Promover o intercâmbio entre empresas nacionais e estrangeiras, bem como com institutos de pesquisa que sejam referências internacionais para a importação de tecnologia e métodos de produção;
44. Mapear estratégias adotadas internacionalmente com aplicabilidade nas indústrias do estado, bem como o mercado e a demanda internacional;
INVESTIMENTO E POLÍTICA PÚBLICA
45. Fomentar a captação de recursos para o desenvolvimento e a modernização da cadeia produtiva do Estado;
46. Simplificar, com transparência, e adequar as legislações tributária e trabalhista;
47. Buscar melhores práticas de governança por parte do poder público, com um sistema de indicadores que permita a avaliação externa do desempenho das políticas públicas;
Continua depois da publicidade
48. Promover simplificação e adequação da legislação ambiental, buscando o aprimoramento do processo de licenciamento ambiental e uniformizando a interpretação da legislação;
49. Promover a desburocratização, o alinhamento com o sistema regulatório e de fiscalização e um maior envolvimento da indústria na discussão de novos marcos regulatórios ou nas revisões dos atuais;
50. Ampliar as linhas de financiamento e os incentivos de maneira desburocratizada, principalmente, para PD&I em pequenas e médias empresas;
51. Reduzir a carga tributária e criar novos incentivos fiscais, mantendo os já existentes;
MERCADO
52. Mapear competências, necessidades, fornecedores potenciais e oportunidades de integração existentes na indústria catarinense e aplicáveis aos diversos setores produtivos;
Continua depois da publicidade
53. Desenvolver plataforma de comunicação entre indústria, academia e instituições públicas, promovendo maior integração e desenvolvimento da cadeia produtiva;
54. Criar um sistema de mapeamento das tendências do mercado consumidor para acompanhar as mudanças no perfil de consumo e as novas oportunidades de mercado;
55. Elaborar plano de marketing adaptado às caraterísticas dos produtos produzidos no Vale do Itajaí, com foco em difundir a marca de Santa Catarina;
56. Promover integração e eficiente entre os diversos agentes econômicos, facilitando o desenvolvimento de clusters e ecossistemas;
Continua depois da publicidade
57. Beneficiar produtos com maior valor agregado, desenvolvendo também a marca SC.
58. Criar linhas de crédito para fortalecer a atividade comercial;
SAÚDE E SEGURANÇA
59. Consolidar informações sobre saúde e segurança dos trabalhadores da região para apoiar decisões estratégicas;
60. Capacitar lideranças no tema saúde e segurança para a competitividade;
61. Realizar pesquisas e propostas inovadoras para as empresas da região em saúde e segurança do trabalho;
62. Promover seminários, congressos ou encontros internacionais e nacionais para o alinhamento estratégico de ações, a partir das tendências mundiais em saúde e segurança;
63. Aproximar os interesses da indústria, dos sindicatos e dos órgãos fiscalizadores em saúde e segurança;
Continua depois da publicidade
64. Aproximar os setores da região do poder legislativo para a valorização das empresas promotoras de saúde e segurança
65. Adequar as normas de saúde e segurança à nova realidade da produção;
66. Fomentar programas para melhoria da qualidade de vida do trabalhador;
67. Promover ações para aumento da produtividade do trabalhador por meio da melhoria do seu perfil de saúde.