Novato na Câmara de Blumenau, o vereador Bruno Cunha (PSB) estima uma economia “por baixo” de R$ 40 mil ao ano com as propostas de redução de gastos da atividade parlamentar que ele e os também estreantes Ricardo Alba (PP) e Gilson de Souza (PSD) apresentaram nesta semana.

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As medidas – apoiadas por uns, criticadas por suposta demagogia por outros nas redes sociais – incluem redução na verba de gabinete e dispensa do uso de carros oficiais e celulares. Antes deles, outro calouro, Alexandre Matias (PSDB), já havia anunciado que também abriria mão de algumas ajudas de custeio oferecidas pelo Legislativo.

O dado apresentado por Cunha é apenas uma projeção, claro, mas usado como referência dá margem para um interessante exercício de cálculo. Se todos os 15 vereadores fizessem o mesmo, a economia aos cofres públicos poderia chegar a R$ 600 mil em 2017, ou a R$ 2,4 milhões ao longo do mandato.

Na esfera pública a quantia pode soar inexpressiva, mas em um ano que promete mais uma vez ser duro cada centavo poupado conta muito. Sugerir corte de gastos não é salvo-conduto para que os vereadores deixem de legislar e fiscalizar as ações do poder público, tarefas para os quais foram eleitos. Justamente por isso o gesto é mais marcante pelo simbolismo do que pela economia propriamente dita. As empresas e o cidadão comum estão habituados a fazer ginástica para fechar as contas, mas não costumam (ou pelo menos não esperam) ver no poder público a mesma preocupação.

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Vale lembrar que a Câmara não gera receitas. O orçamento do Legislativo é repassado anualmente pela prefeitura. Neste ano, as transferências para a Câmara, conforme projeto de lei aprovado em dezembro, devem somar R$ 32,8 milhões. A Casa não costuma usar todo o repasse, e o que sobra volta para o Executivo.