A cerveja artesanal ganha cada vez mais espaço no Brasil, mas os produtores precisam evoluir em alguns aspectos para consolidá-la num mercado ainda amplamente dominado por multinacionais. Os desafios e as tendências do setor foram discutidos num debate que encerrou a programação da primeira edição do Congresso & Feira de Negócios do Mercado Cervejeiro (Cervecon) sábado, na Vila Germânica.
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Sob mediação de Carlo Enrico Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte, participaram o sommelier argentino Martín Boan, o coordenador do Instituto Cervejeiro de Pesquisa e Ensino de Berlim, Roberto Francisco Biurrun Jayo, e um dos sócios da Schornstein, Mauricio Zipf.
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Diante de um mercado que não para de crescer, o trio destacou a importância da diversificação e da diferenciação dos novos produtos. Um dos pontos a serem melhorados, disse Zipf, é a padronização das receitas, ou seja, garantir que todas as levas da bebida tenham as mesmas características sensoriais para fidelizar o consumidor – que de um modo geral ainda está descobrindo esse nicho e, por isso, é mais propenso a mudanças.
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Os debatedores também citaram fatores restritivos à atividade, como a necessidade de alto investimento inicial, difícil acesso a matérias-primas de qualidade, alta carga tributária e condições logísticas desfavoráveis para transportar mercadorias para regiões mais afastadas das fábricas – todos fatores que elevam o preço final das artesanais ao consumidor. Por outro lado, classificaram os cervejeiros caseiros e sua variedade de combinações como importantes multiplicadores de uma cultura de degustação de bebidas especiais.