A imagem acima mostra, à direita, o característico prédio da prefeitura de Blumenau, a Avenida Beira-Rio e mais ao fundo, quase imperceptíveis, o tradicional Castelinho da Havan e a torre da Catedral. Em primeiro plano está o Rio Itajaí-Açu. É uma daquelas fotos que mais parecem um cartão-postal.

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:: Leia mais informações de Pedro Machado

Se o leitor puxar pela memória, certamente se lembrará de já ter visto outras imagens com a mesma composição de elementos, mesmo que em ângulos diferentes, em reportagens e pesquisas que citam a cidade. Exceção feita a tudo que envolve a Oktoberfest, o principal curso d?água do município é presença garantida em praticamente 99% desses cenários – nem sempre com águas tão limpas quanto a desse registro, é verdade. Por que, então, o aproveitamos tão pouco?

Desde que me entendo por gente – apesar de não fazer tanto tempo assim – a imagem que tenho do Itajaí-Açu é de uma ameaça constante, prestes a se concretizar ao primeiro sinal de mau humor de São Pedro. É uma visão construída e impregnada no imaginário do blumenauense ao longo das últimas décadas graças às enchentes que volta a meia assolam o município. Diante de todo esse histórico, o receio se torna compreensível. Felizmente o poder público tem despertado e desenvolvido algumas ações para quebrar esse estigma.

A realização da primeira edição do Festival Blumenau a Bordo neste fim de semana é um esforço inicial para mostrar à população que o rio pode e deve ser melhor explorado como uma opção de lazer. São inúmeras atividades previstas que valem a pena ser conferidas e praticadas.

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Consolidar a integração da comunidade com o rio é uma missão de médio e longo prazos. O entretenimento é importante, mas é preciso pensar desde já no Itajaí-Açu também como um gerador de emprego e renda. Em vários lugares do planeta os rios, de uma maneira ou outra, integram pacotes turísticos. A boa notícia é que o Plano Municipal de Turismo de Blumenau, aprovado neste ano, prevê uma série de iniciativas que, colocadas em prática, tornarão o nosso curso d?água em uma atração de lazer e cultura, com atividades náuticas e de educação ambiental.

No plano de ações estão incluídos o destino do Vapor Blumenau, a realização de práticas esportivas, a criação de uma rota de navegação entre os municípios da região e até a construção de uma marina. Há outro desafio a ser superado, que é a poluição das águas. Mas um passo de cada vez. A realização do festival é um importante e necessário ponto de partida para pelo menos chamar a atenção para este importante elemento da nossa história.

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Por falar em marina, a prefeitura de Blumenau deve começar na próxima semana a trabalhar na elaboração de um ofício solicitando formalmente à União a doação de uma área às margens do Itajaí-Açu, na Ponta Aguda, para a construção da estrutura. O terreno mapeado, que fica próximo à Penitenciária Industrial, pertence ao governo federal. Já há um estudo inicial com alguns detalhes do projeto. A marina no rio também está prevista no Plano Municipal de Turismo.