A complexa engenharia envolvendo a montagem do segundo escalão do novo mandato de Napoleão Bernardes (PSDB) entra em nova fase a partir desta segunda-feira. O governo priorizou na última semana a recondução de comissionados que continuam na equipe ou que eventualmente trocaram de função ou pasta no redesenho administrativo. Foram entre 180 e 200 nomeações neste sentido. Agora o trabalho se concentra naqueles que vão entrar na prefeitura – ou voltar.

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Alguns integrantes da base aliada que figuraram com destaque ao longo dos primeiros quatro anos de administração tucana terão espaço garantido. É o caso de Helenice Luchetta (PSDB), nome confirmado para ocupar função no gabinete do prefeito, credenciada pelo bom trânsito na prefeitura por já ter comandado a Secretaria de Educação.

O ex-presidente do Samae, Valdair Mathias (PSDB), é carta fora do baralho. Como o filho, Alexandre, elegeu-se vereador, sua nomeação poderia configurar nepotismo. Antigo titular da Fundação Municipal de Desportos (FMD), Sérgio Galdino (PSDB), neste primeiro momento, não está mapeado. Deve continuar exercendo seu trabalho na fundação como treinador.

O ex-vereador Beto Tribess, que aterrissou no ninho tucano em 2016 depois de deixar o PMDB, está encaminhado e deve ser confirmado no comando da Praça do Cidadão. Ele não conseguiu a reeleição e ficou com a segunda suplência da coligação entre PSDB e DEM. O primeiro suplente, aliás, foi Carlos Wagner (DEM). O Alemão da Alumetal, como o empresário é conhecido, era nome praticamente certo na equipe de governo. Queria a Defesa Civil, não levou e abriu mão de uma indicação para a FMD. Preterido, fez críticas públicas às negociações e ficou sem clima dentro do governo.

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Quem também deve ganhar um cargo é João Paulo Taumaturgo (PSDB), jovem que disputou a primeira eleição em 2016. Seu nome era cotado para a diretoria de Micro e Pequenas Empresas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Empreendedorismo, mas entidades de classe se posicionaram pela manutenção da atual equipe.

Ex-líder do governo na Câmara, Robinho Soares (PR), que não se reelegeu vereador, deve ir para a nova Secretaria de Conservação e Manutenção Urbana (ex-Serviços Urbanos), mas provavelmente não como diretor geral. Ele tem experiência na pasta: já ocupou a diretoria de Iluminação Pública durante o governo de João Paulo Kleinübing (PSD).

A conta não é simples, já que o governo precisa aglutinar os interesses das 12 legendas – fora outras siglas que vêm manifestando simpatia ao projeto tucano – que apoiaram a reeleição de Napoleão.

O xadrez faz parte do jogo político, mas espera-se que essas definições ocorram logo e que as nomeações, na medida do possível, priorizem o caráter técnico. O ano está cheio de desafios em várias áreas e para encará-los a engrenagem administrativa precisa estar rodando em sua plenitude o quanto antes.

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