O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira que o governo federal trabalha com a hipótese de votar a Reforma da Previdência ainda neste ano. O tom otimista, apesar da proximidade do recesso parlamentar em Brasília, chamou a atenção na coletiva de imprensa que ele concedeu a jornalistas instantes depois de proferir uma palestra sobre indicadores da economia brasileira no auditório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis.
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Em sua fala, Meirelles reiterou que o país “já saiu da maior recessão da história”. Ele usou números para comparar a evolução da economia desde que ele assumiu o comando do Ministério da Fazenda. De maio de 2016 a novembro deste ano, a inflação acumulada em 12 meses recuou de 9,3% para 2,7%, a taxa anual de juros (Selic) caiu de 14,25 para 7,5, o risco Brasil desabou de 328 pontos para 173 e o Produto Interno Bruto (PIB) inverteu a curva de queda, com projeção de alta para 2017.
– Com a confiança subindo como está, o PIB vai continuar com trajetória de crescimento – analisou.
Meirelles também reiterou a retomada na geração de empregos – já são 302 mil empregos com carteira assinada criados no país de janeiro a outubro, conforme dados do Caged –, projetou a criação, em 10 anos, de 6 milhões de postos de trabalho com as mudanças promovidas pela Reforma Trabalhista e destacou que a diminuição da inflação aumentou o poder de compra do consumidor, dando novo fôlego ao comércio.
Os sinais de melhora na economia, indicou o ministro, se devem à disposição do governo em promover as reformas. A aprovação da PEC do Teto dos Gastos – que limita o aumento de despesas do Executivo à variação da inflação do ano anterior – também vai, segundo Meirelles, reduzir os custos da máquina pública no longo prazo. Para ele, essa é “uma sinalização positiva para empresas e investidores”.
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Meirelles ainda disse que o país está entrando em um novo ciclo de crescimento sustentado, caracterizado por longa duração e baixa volatilidade, e que o programa de concessões é um dos fatores que permitirá uma redução do papel do Estado na economia.
Fiesc entrega a ministro agenda do desenvolvimento
Pouco antes do início da palestra, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, entregou ao ministro uma versão resumida da Agenda Estratégica da Indústria de Santa Catarina para o Desenvolvimento. O documento elenca 10 pontos considerados essenciais para a consolidação do crescimento sustentado do segmento no Estado, entre eles a necessidade de ampliar o ajuste fiscal, incluindo a Reforma da Previdência, a simplificação do sistema tributário e a ampliação de frentes para a negociação de acordos comerciais bilaterais no exterior.
A classe também pede mais mecanismos de incentivo à inovação para as empresas como forma de alavancar a capacidade de investimento, segurança jurídica que estimule a iniciativa privada a participar de grandes obras de infraestrutura e melhorias nas condições de financiamento o setor produtivo.