Os efeitos da crise nacional impactaram no resultado operacional da Hering em 2016. Os principais indicadores financeiros da companhia apresentaram queda pelo segundo ano consecutivo. A receita bruta recuou 8% (R$ 1,74 bilhão), o lucro líquido despencou 29% (R$ 199,4 milhões) e o Ebitda, lucro antes dos juros, depreciação, amortização e impostos, caiu 21% (R$ 207,5 milhões).

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:: Leia mais informações de Pedro Machado

Por trás dos números (que, apesar de tudo, ainda são bastante sólidos) está o enfraquecimento no ambiente de consumo, fruto da recessão econômica, explicou a Hering em relatório enviado ao mercado nesta quinta-feira.

Em 2016 cerca de 700 lojas multimarcas que vendiam peças de roupa da empresa fecharam as portas em todo o país. No último ano, a companhia inaugurou 26 lojas, mas desativou 32, resultando num saldo de seis encerradas. Hoje são 834 unidades – 18 delas no exterior.

As vendas de todas as marcas também declinaram. A exceção da lista foi a Hering Kids, que apresentou crescimento de 6,6% e abertura de 13 novas lojas ao longo do ano.

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Os números não surpreendem porque a própria Hering já sabia que o ano seria dureza. Mas apesar dos resultados gerais ruins, a companhia tem alguns pontos a serem comemorados. As lojas operadas pela empresa registraram alta de 2,9%. Avanços tecnológicos ainda permitiram que as webstores crescessem 20,3% em 2016.

No último ano, a centenária têxtil desembolsou R$ 25,3 milhões em melhorias de lojas, inaugurações e aquisição de pontos de venda. Também concluiu um plano de reformas, o maior de sua história, abrangendo cem Hering Stores em 18 estados. Ao final de dezembro, um terço delas já estava no formato mais recente.

A companhia, no documento enviado ao mercado, reforça que permanece confiante na estratégia de negócios e na capacidade de retomar a trajetória de crescimento.