A liberação da propaganda eleitoral na última semana abriu oficialmente a temporada dos caçadores de votos. Embora não seja exatamente uma tática nova, muitos aspirantes aos cargos de prefeito e vereador fazem uso do próprio ofício como arma para ganhar a confiança do eleitor. Em Blumenau, profissões como cabeleireiro, manicure, esteticista, corretor de imóveis, fisioterapeuta e frentista surgem em materiais de campanha. Nenhuma, no entanto, aparece com tanta frequência como professor.

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Quase uma dúzia de candidatos a vereador neste ano faz menção à nobre arte de ensinar na disputa pelo voto. Para Moisés Cardoso, o Béio, doutorando em comunicação e linguagem e professor de produção publicitária para mídia digital na Furb, a estratégia, neste caso, é vincular a pessoa a uma profissão que transmite responsabilidade e respeito.

– E também para que o candidato não seja associado à imagem do político profissional, a qual as pessoas parecem estar de saco cheio – analisa Béio, que atuou em eleições passadas ministrando treinamentos e prestando consultoria a candidatos.

Há, ainda, situações em que a intenção é ser o representante “legítimo” de alguma classe ou conjunto de pessoas. Noutras, o candidato que atribui a sua campanha a uma profissão braçal, por exemplo, busca transmitir algumas informações de modo subjetivo, como simplicidade e disposição para o trabalho.

Em todo caso, não é só o nome que conta.

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