Os 11 vereadores de Blumenau – de 15 eleitos em 2012 – que vão buscar a reeleição no próximo domingo já arrecadaram, em média, R$ 18.422,40. É um montante quatro vezes maior do que a média dos outros 182 postulantes a uma cadeira do Legislativo municipal, que é de R$ 4.257,61.
Continua depois da publicidade
:: Leia mais informações de Pedro Machado
A coluna apurou os dados no sistema de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A consulta foi feita entre as 17h e 19h de terça-feira. Você pode checar quanto cada um já arrecadou em bit.ly/contasBlumenau.
As verbas recebidas e declaradas à Justiça Eleitoral que são aplicadas nas campanhas vêm do bolso dos próprios candidatos, de doações de pessoas físicas (normalmente amigos ou parentes) ou de repasses dos partidos.
É um dinheiro que vai para pagar materiais gráficos (santinhos e adesivos) e produtoras responsáveis por jingles, por exemplo. Apesar da comparação usar bases diferentes – é um universo pequeno de vereadores frente ao restante dos aspirantes ao cargo -, os dados mostram que é preciso pagar um preço alto para se manter na Câmara.
Continua depois da publicidade
Mesmo com a média sendo maior entre os atuais vereadores, as cinco campanhas que mais arrecadaram dinheiro até agora são de candidatos que não ocupam o Legislativo. Nenhum deles já atingiu o limite de arrecadação (que é também o teto de gastos), fixado em R$ 110.357,69 neste ano – a mais cara até agora soma R$ 88.000. Mas as cifras devem aumentar consideravelmente ao longo desta semana, num esforço final de mobilização para conquistar o voto dos eleitores, principalmente os indecisos.
***
Dos 193 candidatos a vereador em Blumenau neste ano, 47 não tinham um centavo sequer de receita declarada à Justiça Eleitoral até ontem. Outros 29 declararam ter arrecadado menos de R$ 200, uma quantia que pode ser considerada meramente simbólica diante do custo que é concorrer em uma eleição. São os chamados figurantes, pessoas muitas vezes sem aspirações políticas e chances de vitória que não fazem campanha e apenas preenchem espaços vagos das coligações.
***
O Ministério Público de Santa Catarina está distribuindo um guia explicativo para ajudar promotores eleitorais a identificar irregularidades na arrecadação de recursos e prestação de contas de campanha. O material detalha o funcionamento do sistema eletrônico desenvolvido pelo MPF que cruza as bases de dados do Tribunal Superior Eleitoral com as de outros órgãos, como Receita Federal, Tribunal de Contas e Banco Central.
Com a proibição das doações empresariais, cresce a preocupação com o Caixa 2.