Recém-eleito presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) e com posse marcada para 9 de junho, Daniel Leipnitz definiu como principal meta de sua gestão estadualizar a marca da entidade.

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A Acate é muito forte na Capital, onde fica sua sede, mas não tem o mesmo peso fora dela. Para disseminar a atuação da associação, levar benefícios, convênios e eventos para o interior do Estado serão algumas das estratégias do empresário, fundador da fabricante de sistemas de gestão empresarial Callisto, de Florianópolis.

Leipnitz também aposta no compartilhamento de experiências entre as regiões e destaca que, no Vale, Blumenau pode contribuir pelo histórico de sucesso que tem no setor tecnológico. Essa aproximação pode impulsionar ainda mais um segmento que já tem potencial de sobra: reúne 2,5 mil empresas que faturam R$ 4 bilhões e empregam 50 mil pessoas no Estado.

Quais as principais metas da sua gestão?

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– Hoje atuamos e temos diversos parceiros em cada região de SC mas não levamos efetivamente aquilo que já temos na Grande Florianópolis para todo o Estado. É muito importante nos tornarmos efetivamente uma marca estadual do nosso setor econômico. Nosso grande desafio é tornar isso realidade, levando benefícios e palestras para o interior catarinense, mas sempre respeitando cada entidade local. Vamos ter diretores e levar eventos para cada região, além de partilhar dos convênios que já temos para que eles possam ser usufruídos por mais empresas. Também temos que dar uma atenção muito grande para as startups.

O setor de TI de SC não se limita só a empresas. Há uma cultura de startups forte, centros de inovação e incubadoras. Isso coloca o Estado em um patamar acima dos demais?

– Nós, como catarinenses, temos essa impressão. Mas a gente vê, conversando com bancos de investimentos e players de outros Estados, que a nossa marca poderia ser muito mais forte. Há Estados e cidades que não têm metade da nossa estrutura e associativismo mas têm um marketing muito forte, o que dá a impressão que são maiores e mais organizados do que nós. Eu não estou falando que não temos nada, temos sim muita coisa. Nossa lição de casa é trabalhar esse branding no nosso segmento perante o resto do país.

Nessa estratégia de fortalecimento da marca pelo Estado há alguma ação específica para o Vale?

– Primeiro: Blumenau é um berço do nosso setor. Tem mais de 370 empresas da área, com 6 mil pessoas trabalhando. Está entre as 20 melhores cidades do país para empreender. A cidade é importantíssima por tudo que é hoje e por todo histórico que tem. A nossa estratégia é começar a partilhar o que a gente tem aqui (em Florianópolis) e, da mesma forma, aprender com o que já se tem aí.

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Como Blumenau pode contribuir para fortalecer a entidade?

– Blumenau tem empresas fantásticas, com exemplos de sucesso que precisam ser compartilhados. Temos visto que a integração tem gerado muita coisa boa. As empresas mais velhas, de gerações anteriores, têm aprendido muito com as startups. Blumenau pode trazer essas experiências passadas e presentes não só para Florianópolis, mas para todas as regiões.

O setor de TI vem se destacando em meio à recessão. Qual é o segredo?

– O que tem gerado crescimento mesmo em período de crise é que as empresas do setor tendem a estar sempre inovando. Numa crise, as empresas têm que procurar reduzir custos, ou seja, fazer o mesmo com menos. O nosso setor faz justamente isso, oferece soluções para que as empresas melhorem a produtividade. Outro ponto é que o setor tem se reinventado e trabalhado muito ao longo dos últimos anos. Todo esse conhecimento tem sido aplicado em melhores práticas e mais profissionalismo.

O que o novo governo deve fazer para estimular ainda mais o setor?

– A gente precisa ter um ambiente mais favorável de negócio, mais facilidade para abrir uma empresa, menos burocracia. O governo poderia nos ajudar muito nesses pontos. Aqui no Estado temos programas de custo relativamente barato como o GeraçãoTec (que oferece cursos gratuitos de qualificação na área de TI), que modificou a vida de muitas pessoas. Incentivar a Fapesc, no sentido de ter programas de inovação a fundo perdido para as empresas, também é um bom caminho.